Doenças cardíacas têm sido a principal causa de morte em todo o planeta nos últimos 20 anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2019, os óbitos provocados pelas doenças do coração representaram 16% do total de mortes. Apenas no Brasil, 14 milhões de pessoas sofrem de cardiopatias, e 30% dos óbitos são causados por doenças do gênero. Esse cenário evidencia o problema da falta de médicos cardiologistas em determinadas áreas do país e abre cada vez mais espaço para a telecardiologia.
De acordo com o último balanço da Sociedade Brasileira de Cardiologistas (SBC), o Brasil conta com 16 mil médicos especialistas no coração. Na linha de frente de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, esses médicos cardiologistas podem atuar como:
- Intervencionistas, realizando estimulação cardíaca, eletrofisiologia invasiva e cardiologia intervencionista;
- No diagnóstico de doenças, realizando exames como Eletrocardiograma (ECG), Holter, ecocardiologia e tomografia;
- Na clínica médica, acompanhando pacientes cardiopatas.
Número de cardiologistas e desigualdade nas regiões são desafios
Mas o número parece estar aquém do necessário. De acordo com dados da pesquisa da Demografia Médica Brasileira, realizada em 2018 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas 4,1% dos médicos especialistas no Brasil são cardiologistas. Enquanto os problemas cardíacos são a principal causa de morte, essa especialidade é apenas a sétima mais presente no país, entre 54 especialidades médicas reconhecidas pelo CFM.
Além da necessidade de mais médicos cardiologistas, outra questão que contribui para a carência desses especialistas nos hospitais é a desigualdade na proporção de médicos nas regiões metropolitanas em relação ao interior do país. Ainda, segundo dados da Demografia Médica Brasileira de 2018, 55% dos médicos brasileiros vivem em uma das 27 capitais, atendendo 23,8% da população. Esse percentual indica que mais da metade dos médicos está concentrada onde reside menos de um quarto da população brasileira.
Soma-se a isso o fato de que, além da especialização, a experiência é outro fator que pode ser determinante para a qualidade de um atendimento. Conforme a American College of Cardiology Foundation, por exemplo, um cardiologista só se torna um especialista na interpretação de Eletrocardiogramas após analisar, em média, 3.500 exames.
Telecardiologia proporciona presença de especialistas, mesmo a distância
Esse contexto representa um desafio para gestores de saúde. Diante do impacto significativo das doenças cardíacas nos hospitais e, ao mesmo tempo, confrontados pela indisponibilidade dos especialistas dessa área, como ter uma equipe de cardiologistas de modo mais acessível?
A telecardiologia aparece como uma alternativa. Um dos serviços oferecidos pela Neomed, que usa a tecnologia a favor de mais qualidade no atendimento de saúde, é o laudo à distância em cardiologia. Com ele, cardiologistas experientes fazem um diagnóstico mais preciso para auxiliar o médico clínico geral ou enfermeiro no atendimento especializado.
Com soluções como a plataforma Octopus e o Kardia, são mais de 21 cardiologistas disponíveis todos os dias, 24 horas por dia, para interpretar e fazer a emissão de laudo junto à instituição contratante.
Kardia é o exemplo de telecardiologia eficiência e agilidade
O Kardia, hub desenvolvido pela Neomed, é uma tecnologia que une Inteligência Artificial (IA) e cardiologistas experientes para tornar a interpretação do eletrocardiograma mais precisa. O sistema acelera o diagnóstico de doenças do coração, emitindo uma pré-análise de ECG em apenas 50 segundos, que alerta o médico plantonista se o exame está normal ou anormal.
Para que a qualidade e a precisão do exame sejam garantidas, após um paciente com dor torácica ser submetido ao ECG, todos os dados desse paciente são imputados na plataforma Octopus, juntamente com o exame gráfico. Uma vez que esse exame é pré-analisado pela Inteligência Artificial como anormal, a equipe de médicos plantonistas tem o prazo de 5 minutos para laudar e devolver o exame ao cliente.
Procedimentos como esse garantem a análise de médicos especialistas nos atendimentos, favorecendo o trabalho em equipe entre a clínica geral e a especialidade médica, priorizando o melhor para o paciente. Assim, a telecardiologia é uma opção acessível para suprir a demanda por equipes de cardiologia em todos os hospitais e clínicas, mesmo diante de cenários muitas vezes desfavoráveis.
Diandro Marinho Mota é Diretor Médico da Neomed. Cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC). Obteve o Título de Especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (2012), Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013) e Certificado de Atuação na Área de Ecocardiografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2014). Atualmente é doutorando em cardiologia pelo Programa USP/IDPC.
CRM SP 136.651