Há uma grande quantidade de artigos científicos sobre doenças cardiovasculares. De Acidente Vascular Cerebral (AVC/derrame), passando pela importância dos fatores de risco potencialmente modificáveis até a incidência de doenças comuns e mortalidade relacionada à renda dos países, são vários os estudos, vieses e possibilidades de análise.
Para ajudar na seleção do que é mais importante ler e saber, fizemos uma curadoria e apresentamos os 10 principais artigos científicos sobre doenças cardiovasculares. Os conteúdos estão em inglês e o link para os textos originais você acessa ao clicar no título de cada artigo.
Boa leitura!
1. Estudo sobre os efeitos globais e regionais de fatores de risco potencialmente modificáveis associados ao AVC agudo em 32 países (INTERSTROKE): um estudo caso-controle
O Acidente Vascular Cerebral (AVC/derrame) agudo é uma das principais causas de morte e incapacidade, especialmente em países de baixa e média renda. O artigo procura quantificar a importância de fatores de risco potencialmente modificáveis para os episódios de acidente vascular cerebral em diferentes partes do mundo e também por populações-chave e subtipos patológicos primários. É um estudo de caso-controle aplicado em 32 países.
2. Estudo sobre o efeito de fatores de risco potencialmente modificáveis associados ao infarto do miocárdio em 52 países (o estudo INTERHEART): estudo de caso-controle
O estudo analisa os principais fatores modificáveis associados a casos de infarto e traz informações a respeito da importância dos fatores de risco e seus efeitos sobre o risco de doença coronariana. O artigo também traz uma informação relevante: sugere que as abordagens de prevenção podem ser baseadas em princípios semelhantes em todo o mundo e têm o potencial de prevenir a maioria dos casos prematuros de infarto.
3. Variações em doenças comuns, internações hospitalares e mortes em adultos de meia-idade em 21 países dos cinco continentes (PURE): um estudo de coorte prospectivo
Este artigo faz uma análise da incidência de doenças comuns e mortalidade relacionada em países de alta renda (HICs), países de renda média (MICs) e países de baixa renda (LICs) a partir de abordagens padronizadas. A análise do estudo Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE), avalia diferenças na incidência de doenças, internações hospitalares relacionadas e mortalidade relacionada em um grande corte contemporâneo de adultos nos cinco continentes.
4. Carga Global de Doenças Cardiovasculares e Fatores de Risco, 1990-2019
As doenças cardiovasculares (DCV), principalmente a doença isquêmica do coração (DIC) e o AVC, são as principais causas de mortalidade global e algumas das principais contribuintes para a incapacidade. Usando estimativas do Estudo Global Burden of Disease (GBD), o artigo apresenta a carga global da doença cardiovascular entre os anos de 1990 e 2019, incluindo 13 causas básicas de morte cardiovascular e nove fatores de risco relacionados. Também traz dados sobre os impactos no mundo em relação à mortalidade e morbidade.
5. Empagliflozina, Resultados Cardiovasculares e Mortalidade no Diabetes Tipo 2
O estudo demonstra o impacto da redução de mortalidade no tratamento de pacientes diabéticos com uma nova droga, a Empagliflozina. O artigo comenta os efeitos desta substância em pacientes com diabetes tipo 2 com alto risco de eventos cardiovasculares. Na comparação com o placebo, eles tiveram taxa mais baixa do desfecho composto de morte cardiovascular e morte por qualquer causa quando o medicamento do estudo foi adicionado ao tratamento padrão.
6. Um Ensaio Randomizado de Controle de Pressão Arterial Intensivo vs Controle Padrão
O artigo traz – a partir do uso de gráficos e tabelas comparativas – análises completas sobre taxas de eventos cardiovasculares fatais e não fatais, eventos e morte por qualquer causa para grupos de tratamento intensivo.
7. Terapia Médica Ideal com ou sem ICP (Intervenção Coronária Percutânea) para Doença Coronária Estável
Em pacientes com doença arterial coronariana estável ainda não está claro se a estratégia de manejo da intervenção coronária percutânea (ICP), com terapia farmacológica e intervenção no estilo de vida (terapia médica ideal), é superior à terapia médica ideal na redução do risco de eventos cardiovasculares. Este artigo modificou o entendimento sobre como devem ser tratados os pacientes com problemas coronários a partir da comparação dos resultados de tratamento clínico com cirurgia e angioplastia.
8. Estratégia Inicial, Invasiva ou Conservadora, para Doença Coronária Estável
O artigo mostra o impacto que um tratamento clínico bem feito tem no controle de pacientes com doenças em coronárias. Segundo o estudo, entre os pacientes com doença coronariana estável e isquemia moderada ou grave, não foram encontradas evidências de que uma estratégia invasiva inicial – comparada a uma abordagem conservadora – reduziu o risco de eventos cardiovasculares isquêmicos ou morte de qualquer causa durante uma média de 3,2 anos.
9. Comportamento saudável, controle de fatores de risco e sobrevivência no estudo COURAGE (Resultados Clínicos Utilizando Revascularização e Avaliação Agressiva de Medicamentos)
O artigo mostra que o controle individual dos fatores de risco melhora a sobrevida em pacientes com doença cardíaca isquêmica estável (SIHD). Quanto maior o número de fatores de risco sob controle, maior a probabilidade de sobrevivência. Este estudo é importante porque demonstra a importância da busca pelo controle desses fatores de risco e também o impacto positivo que isso gera nos pacientes.
10. Terapia Antitrombótica após Síndrome Coronariana Aguda ou ICP (Intervenção Coronária Percutânea) em Fibrilação Atrial
O artigo aborda um assunto que normalmente gera dúvidas entre os cardiologistas: a escolha do melhor procedimento quando o paciente é portador de fibrilação atrial permanente e infartou ou realizou uma angioplastia recente. Este estudo é importante porque estabelece a melhor estratégia para tratamento de pacientes com fibrilação atrial após o implante de stents.
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Diandro Marinho Mota é Diretor Médico da Neomed. Cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC). Obteve o Título de Especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (2012), Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013) e Certificado de Atuação na Área de Ecocardiografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2014). Atualmente é doutorando em cardiologia pelo Programa USP/IDPC.
CRM SP 136.651
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