“Tempo é músculo”: a frase, tão citada no mundo da cardiologia, reflete um importante cenário quando falamos a respeito de doenças cardiovasculares: quanto mais rápido o diagnóstico e tratamento, mais chances de um bom desfecho do paciente.
Com a proposta de auxiliar os médicos que atuam nos prontos-atendimentos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou, no ano de 2002, a Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência, com recomendações a respeito do manejo apropriado do paciente que chega no hospital com dor torácica.
No que diz respeito ao diagnóstico de dor torácica desses pacientes, a Neomed separou os principais pontos dessa diretriz para auxiliar no atendimento dos prontos-socorros. Saiba quais são eles:
Primeiro passo: diagnóstico diferencial
Sintomas da Síndrome Coronariana Aguda
Quando falamos sobre a Síndrome Coronariana Aguda (SCA), o sintoma mais comum é dor, queimação ou desconforto na região do tórax, que pode irradiar para o braço, pescoço, ombro e mandíbula. Em alguns casos, é possível que esses sintomas venham acompanhados de enjôos, náuseas e até vômitos. A falta de ar, clinicamente chamada de dispneia, também é considerada um dos sintomas da síndrome.
Diagnóstico Diferencial
Apesar de serem sintomas comuns, existem diversos motivos, condições clínicas e gravidades diferentes para que o paciente sinta a dor torácica. Por esse motivo, é fundamental que o profissional em plantão realize a anamnese e exame físico para identificação dos sintomas, diferenciando as possíveis causas da dor e avaliando a gravidade dos sintomas.
Cerca de ⅕ dos casos de pacientes com dor torácica nas salas de emergência se refere à Síndrome Coronariana Aguda, que possui alto risco de morte para o paciente. Por esse motivo, o diagnóstico diferencial entra como um importante método para confirmar ou afastar o diagnóstico de SCA.
Possíveis doenças
A dor torácica pode ter origem cardíaca ou não-cardíaca, e suas causas podem ser diversas: infarto agudo do miocárdio, refluxo gastroesofágico, embolia pulmonar, entre outros. No documento publicado pela Sociedade de Cardiologia, há um fluxograma com doenças que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial.
Cadastrando-se no formulário abaixo, você recebe gratuitamente um paper sobre o diagnóstico de dor torácica. Além disso, você recebe o fluxograma para baixar e imprimir.
Segundo passo: eletrocardiograma
Cerca de 5% dos pacientes nas salas de emergência são diagnosticados com Síndrome Coronariana Aguda – a maioria dos pacientes apresenta um eletrocardiograma (ECG) considerado normal. Entretanto, pelo baixo custo e pela facilidade de sua realização, é recomendado que o ECG seja realizado em todos os pacientes que apresentem dor torácica na emergência entre 5 a 10 minutos desde a chegada do paciente ao hospital. É ideal que o exame seja imediatamente laudado após a sua realização.
É também recomendado que, no caso de suspeita de doenças cardiovasculares agudas, um novo eletrocardiograma seja realizado no paciente em, no máximo, 3 horas, mesmo que o primeiro exame tenha apresentado resultados considerados normais. É indicado que o exame também seja refeito no caso de instabilidade clínica ou recorrência da dor.
A SBC também indica que o eletrocardiograma não seja o único exame complementar para confirmar ou afastar o diagnóstico da Síndrome Coronariana Aguda, devendo ser avaliado em conjunto com outros exames.
Terceiro passo: troponina
Os marcadores de necrose miocárdica são fundamentais para o diagnóstico da Síndrome Coronariana Aguda. Atualmente, a troponina é o exame padrão ouro para mensurar essa molécula no sangue, facilitando o diagnóstico da SCA.
A Diretriz Brasileira de Dor Torácica recomenda que os exames para avaliação dos marcadores bioquímicos de necrose miocárdica sejam realizados em todos os pacientes que possuam a suspeita da síndrome na sala de emergência e que sejam repetidos pelo menos uma vez entre as próximas 6 a 9 horas.
Segundo a SBC, a coleta dos marcadores de necrose miocárdica se faz desnecessária para a tomada de decisão em casos de paciente com supradesnivelamento do segmento ST.
Outros métodos diagnósticos
São apontados ainda outros três métodos diagnósticos para avaliação dos pacientes com dor torácica. Estes métodos devem ser realizados em pacientes que não possuem diagnóstico estabelecido, apontados com dor torácica de baixo a moderado risco, e que não possuam dor torácica recorrente, nem alterações no ECG e marcadores de necrose miocárdica.
São eles:
- Teste ergométrico: utilizado para excluir a existência de doença coronariana, o teste ergométrico possui baixo custo e é de fácil acesso aos hospitais;
- Cintilografia miocárdica: este exame auxilia na visualização do fluxo sanguíneo, e detecta possíveis falhas de irrigação no coração;
- Ecocardiograma: o ecocardiograma faz uso de ultrassom que analisa o fluxo sanguíneo e as batidas do coração, e auxilia na identificação de doenças que afetam a anatomia e a fisiologia do órgão.
Tempo é músculo
Como dissemos acima, “tempo é músculo” e, por isso, quanto mais rápido for realizado o diagnóstico do paciente, maiores chances ele terá de um desfecho positivo. Com o Kardia, da Neomed, é possível oferecer eletrocardiogramas laudados por médicos especialistas em menos de 10 minutos, melhorando o fluxo do pronto-socorro e proporcionando uma melhor experiência ao seu paciente.
Referências Bibliográficas
Bassan R, Pimenta L, Leães PE, Timerman A. Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência Arq Bras Cardiol 2002; 79 (supl II ): 1.
Gabriela Wegner é Analista de Marketing e Conteúdo na Neomed. Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), já atuou em agências de comunicação e com comunicação na área da saúde.
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