A arritmia cardíaca é uma condição relacionada a alterações no ritmo normal do coração, e pode ser grave, tornando essencial o papel do arritmologista. No Brasil, estima-se que 20 milhões de pessoas convivam com essa realidade, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).
O arritmologista é um cardiologista especializado no diagnóstico e tratamento de arritmias cardíacas. Mas o que esse profissional faz, quais patologias ele trata, e quando é o momento certo para procurá-lo? Entenda melhor a seguir.
O que faz o profissional de arritmologia?
O arritmologista, é um cardiologista especializado no diagnóstico e tratamento de distúrbios do ritmo cardíaco, as arritmias.
É responsável por identificar as causas das alterações no ritmo do coração e oferecer opções de tratamento, que podem incluir medicamentos, procedimentos minimamente invasivos, como a ablação por cateter, e a implantação de dispositivos cardíacos, como marcapassos e desfibriladores.
Além disso, o arritmologista também realiza exames detalhados, como eletrocardiogramas (ECG), monitoramento cardíaco por Holter e estudos eletrofisiológicos, para entender melhor a origem e a gravidade da arritmia.
Também é de sua responsabilidade acompanhar a evolução do tratamento e orientar os pacientes sobre cuidados preventivos para evitar complicações graves, como insuficiência cardíaca.
Quais são as patologias tratadas pelo cardiologista especialista em arritmias?
O arritmologista cuida de condições relacionadas ao ritmo cardíaco. Abaixo citamos algumas, confira:
- fibrilação atrial — batimentos cardíacos irregulares e rápidos que podem aumentar o risco de AVC;
- taquicardia ventricular — ritmo cardíaco acelerado nas câmaras inferiores do coração;
- bradicardia — batimentos cardíacos anormalmente lentos;
- síndrome do nó sinusal — problema no sistema elétrico do coração que controla o ritmo dos batimentos;
- flutter atrial — ritmo cardíaco rápido, mas organizado, nos átrios;
- síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) — doença congênita em que há uma via elétrica adicional no coração, resultando em taquicardia.
Essas condições, quando diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem ser controladas e o paciente pode ter uma vida saudável.
Como é feito o diagnóstico de arritmias?
O diagnóstico de uma arritmia envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais.
O primeiro passo é uma consulta com o arritmologista, onde o médico coleta o histórico clínico do paciente e realiza um exame físico.
A partir dessa avaliação, o especialista pode solicitar exames como:
- eletrocardiograma (ECG) — registra a atividade elétrica do coração e ajuda a identificar irregularidades no ritmo;
- holter 24 horas — dispositivo que monitora continuamente os batimentos cardíacos durante um dia inteiro, capturando arritmias que podem não ocorrer durante um ECG de curta duração;
- teste ergométrico — o paciente realiza exercícios enquanto a atividade cardíaca é monitorada, para verificar a resposta do coração ao esforço;
- estudo eletrofisiológico — permite mapear as vias elétricas do coração, identificando com precisão a origem das arritmias.
Quais são os tratamentos que este especialista pode indicar?
Quando um paciente é diagnosticado com algum tipo de arritmia, o cardiologista vai avaliar e indicar o tratamento correto para cada caso. Entretanto, separamos aqui o que alguns tratamentos podem incluir.
- medicações — em muitos casos, medicamentos antiarrítmicos são suficientes para controlar os episódios de arritmia;
- ablação por cateter — tratamento minimamente invasivo que usa radiofrequência ou crioenergia para destruir pequenas áreas do tecido cardíaco que estão causando as arritmias;
- implante de marcapasso — um pequeno dispositivo eletrônico implantado no tórax para controlar o ritmo cardíaco em casos de bradicardia ou bloqueios cardíacos;
- desfibrilador implantável (CDI) — similar ao marcapasso, mas projetado para detectar e tratar taquicardias ventriculares ou fibrilação ventricular.
Quando se deve ir ao médico arritmologista?
Aconselhamos a procurar um arritmologista quando apresentar sintomas como irregularidades no ritmo cardíaco ou se houver histórico de doenças cardiovasculares na família.
Alguns sinais que indicam a necessidade de uma consulta incluem:
- palpitações;
- tonturas ou desmaios;
- falta de ar;
- dor no peito;
- fadiga excessiva;
- sensação de batimentos cardíacos falhando ou pulando.
Além disso, pessoas que já têm diagnóstico de arritmia ou que estão em tratamento com marcapasso ou desfibrilador cardíaco devem, com toda certeza, ter acompanhamento regular com o arritmologista.
Qual a importância dos cuidados preventivos?
Nem sempre alguns dos sintomas citados anteriormente podem ser uma arritmia. Entretanto, a prevenção ainda continua sendo o melhor caminho, principalmente se existem casos de arritmias na família. Ao receber um diagnóstico positivo, iniciar o tratamento o quanto antes previne a evolução da doença para níveis considerados de alto risco.
As arritmias cardíacas podem parecer algo sem gravidade, especialmente quando os sintomas são leves ou intermitentes. No entanto, é fundamental tratar essas condições de forma precoce, pois, como dissemos anteriormente, algumas arritmias podem evoluir para quadros graves, como insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou morte súbita.
Uma avaliação adequada com o arritmologista pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente e prevenir complicações.
Como um hospital pode contar com diagnósticos de arritmia de forma mais rápida?
Nem sempre um hospital conta com um médico arritmologista. E, mesmo assim, é preciso oferecer os cuidados necessários para uma pessoa que tem algum tipo de arritmia.
Nesse sentido, o uso de tecnologias pode ser o grande aliado de profissionais que não são especializados em arritmologia, garantindo diagnósticos mais rápidos e assertivos.
Um diagnóstico mais ágil implica diretamente no início do tratamento da pessoa que tem algum tipo de arritmia. Este fator pode ser determinante para os cuidados que virão a seguir.
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