No mês de abril, o Conselho Federal de Medicina lançou alguns dados a respeito da Demografia Médica 2024, que contabiliza e analisa os registros realizados na instituição. A Neomed separou 3 insights sobre os números publicados para pensarmos sobre o atual cenário da medicina no país.
Abaixo, você encontra o nosso novo material, Demografia da Cardiologia no Brasil.
1. O número de médicos bate recorde no país
Atualmente, o Brasil possui 575.930 médicos ativos. Desde 1990, este número mais do que quadruplicou: na data referida, o país contava com 131.278 profissionais. Segundo os dados apresentados pela instituição, a maior progressão percentual no volume foi entre os anos de 2022 e 2023, que contou com um aumento de 6,5%. Apesar de ser um número potencialmente positivo, visto que chegamos à proporção de 2,81 médicos por mil habitantes – taxa maior do que em países como Estados Unidos, Japão e China -, o CFM analisa com preocupação o crescimento acelerado, por suas implicações na formação dos profissionais e na assistência à população.
2. Gênero e idade
O recorte de gênero é algo importante a ser observado: a quantidade de mulheres na medicina vem aumentando cada vez mais. Apesar de, em 2024, os médicos ainda corresponderem à maioria: 50,08% do total, contra 49,92% das mulheres, a estimativa é de que esse número se inverta. Quando falamos de médicos com 39 anos ou menos, o sexo feminino já é a maioria, representando 58% da classe.
Em relação à idade, a média dos profissionais em atividade está em 44,6 anos no quadro geral, 47,4 entre os homens e 44,6 anos entre as mulheres. O tempo médio de formação também foi um fator observado: enquanto o sexo masculino possui 21 anos de formados, o sexo feminino fica na média de 16 anos.
3. A desigualdade é um fator crescente
Mesmo com o número de médicos crescendo cada vez mais, a desigualdade é um fator crescente. A região Sudeste continua contendo a maior densidade de médicos, com 3,76 médicos por mil habitantes. Essa realidade também é um problema quando saímos do quadro geral e falamos especificamente da área da cardiologia. Acesse o infográfico abaixo para saber mais sobre o tema.
O Norte do país tem a menor proporção de médicos, em uma razão de 1,73 profissionais por mil habitantes, ficando abaixo da média nacional juntamente com o Nordeste, que possui a taxa de 2,22 profissionais. Nas capitais e cidades do interior, a desigualdade permanece: enquanto na primeira a média chega a alcançar 7,03 médicos, na segunda, o número fica em 1,89. Para o CFM, é necessário um olhar atento para a distribuição e acesso ao atendimento, tanto em relação às diferentes regiões do país, quanto nos cenários público versus privado.
Para ver todos os dados referentes à Demografia Médica 2024, clique aqui e acesse o site do Conselho Federal de Medicina.
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Gabriela Wegner é Analista de Marketing e Conteúdo na Neomed. Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), já atuou em agências de comunicação e com comunicação na área da saúde.