O que é espirometria e a sua relação com doenças cardiológicas

A espirometria não é um exame que somente identifica doenças respiratórias, também é possível identificar a insuficiência cardíaca crônica — IC, doença muito comum entre os brasileiros.

Segundo a Associação Brasileira de Cardiologia, estima-se que no Brasil existam cerca de 2 milhões de pessoas com a doença e, que em média, 240 mil novos casos surgem por ano.

Um dos sintomas da IC pode ser identificado por meio da espirometria, por isso sua relevância. Neste artigo vamos entender melhor o que é este exame, sua importância e relação com a insuficiência cardíaca crônica. Continue a leitura!

O que é espirometria?

A espirometria é um exame de sopro para avaliar a função pulmonar, responsável por medir a quantidade de ar que uma pessoa pode inalar e exalar, além de verificar a velocidade com que o ar é expelido dos pulmões.

Apesar de parecer simples, é um teste fundamental para identificar doenças como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica — DPOC — e outras condições, como a insuficiência cardíaca.

De acordo com os estudos realizados pela Associação Brasileira de Cardiologia, o exame pode auxiliar a identificar a IC, pois um dos sintomas é a disfunção pulmonar, que pode ser mensurada por meio da espirometria.

O teste de sopro também pode ser utilizado como parte de exames de rotina, principalmente, para pessoas que têm histórico familiar de doenças respiratórias, insuficiência cardíaca ou para fumantes, para detecção precoce de possíveis complicações.

Como é feito este exame?

Como citado anteriormente, o exame de espirometria é relativamente simples e não é considerado invasivo. No entanto, exige a colaboração ativa do paciente para garantir resultados precisos.

Entenda como o teste é normalmente realizado:

  • Preparação — é importante seguir as orientações como evitar fumar, consumir bebidas alcoólicas e realizar exercícios intensos horas antes do teste, entre outras orientações;
  • Pré-exame — o médico ou técnico coloca um clipe nasal e posiciona o paciente confortavelmente, sentado ou em pé;
  • Realização do exame — é preciso posicionar um bocal conectado ao espirômetro, inspirar profundamente e expirar com força, pela boca. Esse processo pode ser repetido várias vezes para garantir a precisão dos resultados.
  • Interpretação — os resultados são analisados e avaliados. A partir da interpretação médica, é possível entender e diagnosticar alguma doença ou não.

Qual é a finalidade do exame de espirometria?

A espirometria tem diversas finalidades na prática clínica. Abaixo, estão algumas das principais aplicações do exame:

  • Avaliação pré-operatória;
  • Avaliação de capacidade pulmonar em atletas;
  • Monitoramento da função pulmonar;
  • Detecção e diagnóstico de doenças respiratórias e insuficiência cardíaca.

A espirometria é essencial para diagnosticar doenças respiratórias como asma, DPOC e fibrose pulmonar, identificando obstruções ou restrições nas vias aéreas.

Além de monitorar a progressão dessas condições e a eficácia do tratamento, o exame pode ser solicitado em avaliações pré-operatórias para avaliar riscos, e em atletas, para otimizar a capacidade pulmonar. Também é uma ferramenta preventiva para detectar problemas pulmonares em fumantes ou pessoas expostas a poluentes.

Quais são os valores de referência deste exame?

Os resultados da espirometria são interpretados com base em valores de referência, que podem variar de acordo com a idade, sexo, altura e etnia do paciente. Esses valores ajudam a determinar se a função pulmonar está dentro do esperado ou se há alguma anormalidade.

Confira os principais parâmetros e seus valores de referência para identificação de doenças pulmonares e insuficiência cardíaca:

CVF — Capacidade Vital Forçada

Representa o volume máximo de ar que o paciente consegue expirar após uma inspiração profunda. Os valores de referência para a CVF variam, mas geralmente estão entre 80% e 120% do valor previsto para indivíduos saudáveis.

VEF1 — Volume expiratório forçado no primeiro segundo

Mede a quantidade de ar que é expirado no primeiro segundo de uma CVF. Valores de referência para o VEF1 também variam, mas tipicamente situam-se entre 80% e 120% do valor previsto.

Relação VEF1/CVF

É expressa em porcentagem e identifica obstruções nas vias aéreas. Um valor abaixo de 70% pode indicar a presença de doenças obstrutivas, como DPOC ou asma.

PFE — Pico de fluxo expiratório

Representa a velocidade máxima com que o ar pode ser expelido dos pulmões. Embora menos utilizado para diagnósticos do que os outros parâmetros, o PFE é útil para monitorar a gravidade da obstrução em pacientes com doenças respiratórias crônicas.

FET — Tempo de Expiração Forçada

Mede o tempo total necessário para expirar completamente durante a espirometria. Um tempo prolongado pode indicar dificuldades respiratórias, associadas a doenças obstrutivas.

Qual a relação entre o exame de espirometria e insuficiência cardíaca?

As doenças pulmonares detectadas pelo exame de espirometria podem ter relação direta com as doenças cardiovasculares. Um exemplo é a DPOC — doença pulmonar obstrutiva crônica —, que pode agravar a insuficiência cardíaca devido à hiperinsuflação pulmonar.

Outro fator importante é a utilização do teste de sopro para identificar insuficiência cardíaca, o teste de sopro já é utilizado para identificar insuficiência cardíaca.

Vamos entender um pouco mais sobre isso.

Contexto

Os sintomas mais comuns da doença, como falta de ar e limitações para se exercitar, contribuem negativamente para a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com esta enfermidade.

Além disso, outro fator de risco frequentemente associado à IC é a disfunção pulmonar. De acordo com a Associação Brasileira de Cardiologia — ABC —, as alterações respiratórias observadas podem ser decorrentes de vários fatores, como o comprometimento da mecânica pulmonar, da difusão de gases e a fraqueza dos músculos respiratórios, o que intensifica a dispneia e se torna uma dos principais pontos para a limitar o indivíduo às atividades físicas.

Relação com a espirometria

Dessa forma, a espirometria é capaz de identificar a capacidade pulmonar e auxiliar no diagnóstico da doença cardíaca. Para entender melhor esta relação, a ABC realizou um estudo para comprovar a eficácia deste exame para auxiliar nos diagnósticos de Insuficiência Cardíaca, principalmente em pessoas com DPOC, devido à semelhança dos sintomas.

Um dos objetivos pesquisados é a relação VEF1/CVF (volume expiratório forçado no primeiro segundo e capacidade vital forçada) com a pressão inspiratória máxima, FEVE (fração de ejeção do ventrículo esquerdo) e  previsão clínica dos pacientes. Para entender a real importância do exame para doenças cardiovasculares.

Ao final do estudo a relação VEF1/CVF foi apontada como um possível indicador de risco para o aumento de eventos cardiovasculares graves em pessoas com condição mais crítica, ou seja, com fração de ejeção (FEVE) abaixo de 50%. Além disso, foi observado um risco maior de eventos cardíacos em indivíduos com pressão inspiratória máxima reduzida e VEF1/CVF.

Por fim, entender a importância de exames como a espirometria para diagnósticos mais precisos, pode ajudar tanto pacientes quanto profissionais de saúde a tomar decisões mais assertivas.

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