Doenças cardiovasculares se tornaram um problema de saúde mundial. De acordo com uma pesquisa publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, somente em 2019 foram responsáveis por 17 milhões de mortes, e a isquemia miocárdica prevalece em maior número.
No Brasil não é diferente. A doença isquêmica do coração (DIC) está como principal causadora dos óbitos relacionados à doenças cardíacas. Essa é uma enfermidade que pode levar a complicações sérias, por isso, é preciso compreender suas causas, sintomas e abordagens de tratamento.
O que é isquemia miocárdica?
Também conhecida como doença isquêmica do coração (DIC), é a diminuição do fluxo do sangue através das artérias coronárias, devido ao estreitamento das veias. Quando ocorre uma obstrução parcial ou completa dessas artérias, o coração não recebe a quantidade necessária de oxigênio, levando a uma isquemia.
Se não tratada, essa privação pode causar danos, reduzindo a eficiência do músculo cardíaco. Além de levar a complicações como arritmias, insuficiência cardíaca ou infarto.
Quais são as principais causas da isquemia do miocárdio?
A causa mais comum da isquemia miocárdica é a aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias coronárias. Esse processo pode levar ao estreitamento e endurecimento dos vasos condutores, reduzindo significativamente o fluxo sanguíneo.
Outras causas podem ser:
- espasmo das artérias coronárias — contrações temporárias que estreitam as artérias, dificultando a circulação sanguínea;
- trombose — podem bloquear parcial ou totalmente as artérias;
- doenças cardíacas congênitas — deformidades nas artérias coronárias que podem evoluir para uma insuficiência cardíaca e predispor à isquemia;
- anemia grave — níveis baixos de glóbulos vermelhos podem comprometer a capacidade do sangue de transportar oxigênio.
Quais são os fatores de risco?
Vários fatores podem aumentar o risco de isquemia miocárdica, sendo o tabagismo um dos principais. O fumo danifica as paredes das artérias, facilitando o acúmulo de placas de gordura que obstruem o fluxo sanguíneo, aumentando a probabilidade de problemas cardíacos.
A hipertensão também, pois força o coração a trabalhar mais e contribui para o endurecimento das artérias. Além disso, o diabetes pode danificar os vasos sanguíneos devido aos níveis elevados de açúcar no sangue, tornando-os mais vulneráveis a complicações.
Fatores como a obesidade e o sedentarismo podem aumentar a pressão sobre o coração e favorecer o acúmulo de gordura nas artérias. Por fim, o histórico familiar de doenças cardíacas pode elevar a probabilidade de desenvolver doença isquêmica do coração (DIC).
Quais são as principais complicações da isquemia miocárdica?
A isquemia miocárdica, se não tratada adequadamente, apresenta riscos significativos para a saúde do paciente. Entre as principais complicações estão:
Infarto do miocárdio — ocorre quando a falta de fluxo sanguíneo resulta na morte do tecido cardíaco, podendo ser fatal ou resultar em danos permanentes ao coração;
Insuficiência cardíaca — uma isquemia não tratada, pode levar à IC, podendo resultar em internações frequentes ou até mesmo um transplante de coração;
Arritmias — a falta de oxigênio no tecido cardíaco pode danificar as vias elétricas do coração, levando a arritmias que podem chegar a condições mais graves, como a fibrilação ventricular;
Morte súbita — a isquemia é uma das principais causas de morte súbita cardíaca, como foi abordado no início do artigo.
Quais são os sintomas que o paciente pode ter?
A isquemia miocárdica nem sempre apresenta sintomas evidentes, o que pode tornar o diagnóstico mais difícil. Porém, quando presentes, os sintomas mais comuns são:
- dores no peito que podem irradiar ou não para outras partes do corpo;
- palpitações cardíacas ou batimentos cardíacos acelerados;
- falta de ar, inclusive ao fazer exercícios, mesmo numa intensidade mais leve;
- mal-estar que podem incluir vômitos e enjoos.
Em casos de isquemia silenciosa, a pessoa pode não apresentar estes sintomas, e o problema só é identificado em exames de rotina, como o eletrocardiograma ou teste de esforço.
Como diagnosticar e tratar a isquemia miocárdica?
O diagnóstico da isquemia miocárdica é feito por meio de uma série de exames solicitados pelo médico cardiologista. Com os resultados é possível avaliar o fluxo sanguíneo no coração e a presença de obstruções nas artérias coronárias.
Confira os principais exames:
- eletrocardiograma (ECG) — registra a atividade elétrica do coração e pode mostrar sinais de isquemia.
- ecocardiograma — um ultrassom do coração que avalia espessura e movimentação;
- teste ergométrico — avalia o desempenho do coração sob esforço físico;
- cateterismo — um exame invasivo que analisa as artérias coronárias;
- cintilografia miocárdica — um exame de imagem que avalia o fluxo sanguíneo para o coração, identificando áreas de isquemia.
Já os tratamentos variam de acordo com a gravidade da doença e o estágio em que se encontra. Mas, de modo geral, as opções são:
Mudanças no estilo de vida
Adotar hábitos saudáveis é fundamental para prevenir e tratar a isquemia miocárdica. Algumas medidas importantes são:
- parar de fumar — o tabagismo é um dos principais fatores de risco;
- praticar exercícios regularmente — atividades físicas melhoram a circulação e reduzem o risco de acúmulo de placas nas artérias;
- ter uma alimentação saudável — dietas ricas em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis ajudam a controlar o colesterol e a pressão.
Uso de medicações
O uso de medicamentos é uma abordagem comum no tratamento da isquemia miocárdica:
- anticoagulantes — reduzem o risco de formação de coágulos sanguíneos;
- betabloqueadores — diminuem a carga de trabalho do coração e ajudam a controlar a pressão arterial.
Intervenções cirúrgicas
Em casos mais graves, pode ser necessário recorrer a intervenções cirúrgicas, como:
- angioplastia coronária — procedimento minimamente invasivo que utiliza um balão para desobstruir artérias bloqueadas;
- colocação de stents no coração — pequenos tubos metálicos são inseridos nas artérias para evitar novos estreitamentos;
- revascularização miocárdica — cria um novo caminho para o sangue fluir ao redor de uma artéria bloqueada.
Em resumo, a isquemia miocárdica é uma condição cardiovascular que pode levar a complicações graves e irreversíveis. Por esse motivo, identificar e gerenciar fatores de risco – além do acompanhamento médico – é fundamental para prevenir e ajudar na detecção precoce para um tratamento mais assertivo.
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