Telecardiologia: o que é, como funciona e quais as vantagens

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a telemedicina é “a prestação de serviços de saúde remotos nos componentes de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, pelos profissionais de saúde que utilizam as tecnologias de informação e comunicação”. Nessa perspectiva, a cardiologia, uma das especialidades médicas mais requisitadas, também desempenha um papel fundamental para Hospitais e pacientes, especialmente para os de locais afastados dos grandes centros urbanos, quando aplicada à telemedicina. Você já sabe quais são as vantagens da telecardiologia? 

Neste artigo, vamos explicar o que é, como funciona e quais aos benefícios da telecardiologia, além de contextualizar o serviço de telemedicina no cenário mundial. Boa leitura!

Qual a relevância da telecardiologia na sociedade contemporânea?

Antes de analisarmos as vantagens da telecardiologia, vamos entender um pouco melhor qual a relevância da telemedicina no cenário mundial e por que ela tem revolucionado o atendimento médico. Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de um terço da população das Américas não tem acesso aos cuidados básicos de saúde. Sendo assim, seriam necessários mais de 800 mil profissionais para suprir essa demanda, o que, atualmente, é inviável. 

Em países de dimensões continentais, como o Brasil, a telemedicina se faz ainda mais necessária, uma vez que diversas populações vivem em cidades pequenas, onde não há tecnologia nem recursos humanos suficientes à disposição. Por outro lado, em situações de pressão dos sistemas de saúde, como o que aconteceu recentemente com a pandemia do coronavírus, a telemedicina é uma aliada para desafogar emergências e reduzir o risco de contágios. 

Leia o artigo Telecardiologia: opção acessível para ter uma equipe de cardiologistas

Como a telemedicina pode fechar lacunas na assistência à saúde? 

A telemedicina, se aplicada em seu contexto amplo, permite o acesso e reduz a iniquidade para a população, oferecendo serviços de qualidade. Quando consideramos o aumento da prevalência e da mortalidade das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) nos países de baixa e média renda, dentre os quais o Brasil está incluído, utilizar a telemedicina é uma forma de prevenir agravamentos e possibilitar maior qualidade de vida. 

Além disso, com o envelhecimento e o consequente aumento da necessidade de cuidados paliativos e frequentes em relação a população brasileira, a telemedicina é uma ferramenta importante que encara de frente os principais desafios contemporâneos dos sistemas de saúde universais.

Diante desse cenário, é essencial falar da telecardiologia, que nada mais é do que a telemedicina aplicada à cardiologia. Isso porque, conforme o registro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a principal causa de óbitos no Brasil se dá por doenças cardiovasculares. As vantagens da telecardiologia podem, de fato, desempenhar um papel crucial para a saúde dos brasileiros, nomeadamente em certas circunstâncias, em que pode ser o único recurso disponível.

Telecardiologia

Como funciona? 

As vantagens da telecardiologia começam pela sua própria dinâmica de operação. Existem diversas abordagens da área que podem ser feitas à distância, mantendo a qualidade e aumentando a efetividade dos exames, diagnósticos e tratamentos.  A telecardiologia pode ser subdividida da seguinte maneira:

  • Telediagnóstico: consiste em serviço autônomo que utiliza Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para a realização de serviços de Apoio ao Diagnóstico, como a avaliação de exames à distância, facilitando o acesso a serviços especializados. Busca reduzir o tempo de diagnóstico possibilitando tratamento para complicações apontadas em exames como o ECG, MAPA e Holter, por exemplo.
  • Telemonitoramento: monitoramento à distância de parâmetros de saúde e/ou doença de pacientes por meio das TIC. O monitoramento pode incluir a coleta de dados clínicos, a transmissão, o processamento e o manejo por um profissional de saúde utilizando sistema eletrônico. 
  • Telerregulação: conjunto de ações em sistemas de regulação com intuito de equacionar respostas adequadas às demandas existentes, promovendo acesso e equidade aos serviços, possibilitando o acesso à saúde. Inclui também a avaliação e o planejamento de ações, fornecendo à gestão uma inteligência reguladora operacional. A telerregulação visa fortalecer o atendimento na Atenção Primária em Saúde, permitindo qualificar e reduzir as filas de espera no atendimento especializado. 
  • Teleducação: disponibilização de objetos de aprendizagem interativos sobre temas relacionados à saúde, ministrados a distância por meio de TIC, com foco na aprendizagem no trabalho, que, por sua vez, ocorre transversalmente em seus campos de atuação.

Quando falamos em telessaúde, também temos algumas modalidades, como:

  • Videoconferência síncrona: modalidade de interação por conferência ao vivo entre o atendimento primário e serviços médicos especializados a distância.
  • Videoconferência assíncrona (Store and forward): utiliza o sistema de armazenamento e envio de imagens diagnósticas, sinais vitais e/ou videoclipes em conjunto com os dados do paciente para uma revisão posterior por especialista. Fornece suporte ao sistema de atendimento primário no diagnóstico e tratamento.
  • Monitoramento remoto: utiliza equipamentos para coletar dados do paciente remotamente e enviar ao hospital ou centro de monitoramento para interpretação. Esses dispositivos (weareables) monitoram desde um sinal vital específico (frequência cardíaca, pressão arterial – PA e aferição dos níveis glicêmicos) até uma variedade de indicadores para o paciente a distância.
  • Mobile health (mHealth): definida como prática médica e de saúde pública apoiada por dispositivos móveis, como telefones celulares, dispositivos de monitoramento, assistentes digitais pessoais (PDA) e outros dispositivos sem fio.

Quais são as vantagens? 

Mas, afinal, quais são as vantagens da telecardiologia? Todas as subáreas citadas acima se mostram extremamente eficientes quando pensamos em oferecer o melhor atendimento a pacientes que se encontram em pronto atendimentos que, muitas vezes, não possuem cardiologista de plantão. Dentre elas, podemos destacar dois recursos imprescindíveis para uma telecardiologia de qualidade: o telelaudo, que está incluído no telediagnóstico, e a teleconsulta, que faz parte da telessaúde, podendo ser realizada de forma síncrona ou assíncrona. 

Isso porque, como a maioria das emergências clínicas são cardiológicas, é necessário ter um suporte, mesmo que remotamente, para auxiliar o profissional emergencista que não tem formação em cardiologia. Com o telelaudo, por exemplo, é possível acertar a melhor conduta para o paciente. Em outras palavras, a partir da interpretação de um eletrocardiograma, feita por um especialista à distância, o médico na linha de frente consegue ser mais assertivo, agindo de acordo com a necessidade de procedimentos mais invasivos, como intervenções cirúrgicas, ou menos, como a alta precoce. Sem esse auxílio, muitas vezes, a interpretação fica comprometida e limitada, prejudicando o paciente. 

Já com a teleconsulta, além de uma interpretação apurada dos exames, o profissional da linha de frente tem a oportunidade, junto ao especialista, de escolher o melhor tratamento para o paciente. O diagnóstico feito nos prontos atendimento nem sempre são do domínio do emergencista. Por isso, a discussão do caso permite o manejo do paciente cardiológico com mais confiança e com o que há de melhor na medicina, beneficiando, sem sombra de dúvidas, o paciente, que é quem mais ganha com a telecardiologia. 

Além disso, outras vantagens da telecardiologia se encontram na oficialização da prática. O que acontece é que essas consultas e interpretações de exames já ocorrem por meio de redes sociais entre grupos de especialistas que se auxiliam à distância. Com as plataformas adequadas de telemedicina, como a da Neomed, os especialistas podem fazer essa troca com segurança, respeitando todas as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Quais os principais desafios?

As vantagens da telecardiologia, como vimos, são muitas. Apesar disso, ainda existem alguns desafios que precisam ser enfrentados para que a solução atinja o maior número possível de pacientes. Um deles é capilarizar as plataformas de telemedicina para as regiões mais remotas do Brasil, uma vez que nem todo hospital possui tecnologia ou acesso à internet. 

Nessa perspectiva, para a correta implementação da telemedicina, o incentivo do poder público ou privado é essencial. Assim, os hospitais que não contam com especialistas da cardiologia no pronto atendimento, terão na retaguarda profissionais à distância.

Logo, possibilitar que a telemedicina se faça presente no interior dos estados é o principal objetivo de existir essa opção e, também, o principal desafio a se enfrentar nos próximos anos. Sabemos que o Brasil possui uma grande desigualdade médica, onde há locais com 13 médicos para 1000 habitantes e outros com 0,37 médicos para o mesmo número populacional. Além disso,  a maioria dos cardiologistas se encontram na região sul e sudeste do país. Viabilizar a telecardiologia é, portanto, democratizar o acesso a um bom atendimento e tratamento para os pacientes.

Como a Neomed contribui para a democratização da telecardiologia?

Pensando em contribuir para a democratização da telemedicina para todo o Brasil, a Neomed disponibiliza quatro soluções: plataforma e sistema de gestão e telelaudo, o Kardia e a Jornada Digital do Paciente Crônico. O Kardia, nesse sentido, é capaz de potencializar, por sua vez, todas as vantagens da telecardiologia, porque, unindo medicina e tecnologia, detecta com rapidez doenças cardiovasculares e acelera os diagnósticos que salvam vidas nos pronto atendimentos que não contam com especialistas de plantão.  

O hub Kardia oferece treinamentos para equipes emergencistas, além de utilizar Inteligência Artificial (IA) para triagem de exames de eletrocardiograma e telelaudos rápidos feitos por um cardiologista. 

Entre em contato com um de nossos especialistas e conheça todas as nossas soluções em telemedicina. 

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Girlane Lovato – Gerente de CS/Operações

Girlane Lovato é farmacêutica graduada pela Universidade Federal do Pará. Possui MBA em Marketing e Vendas e Formação Complementar em Empreendedorismo e Gestão de Contas-Chave. É Gerente de Operações da Neomed, onde lidera as equipes de onboarding e customer success.

Amanda Bonamini – Recursos Humanos

Amanda Bonamini é psicóloga formada pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em Gente, Cultura & Desenvolvimento, com mais de oito anos de experiência. Atuou em consultorias e também contribuiu para o crescimento de startups. Na Neomed, é responsável pela área de Pessoas, com foco em cultura organizacional, performance e engajamento.

José Henrique Lopes – CTO

José Lopes é Mestre em Gestão de Informática. Como Engenheiro, atuou no Nordeste Bank, onde implementou o framework Ágil. Também trabalhou na startup Tempo Telecom e criou a primeira MVNO (Mobile Virtual Network Operator) na região Centro-Oeste do Brasil. Na Neomod, é responsável pelo desenvolvimento de produtos, infraestrutura e segurança de dados.

Bruno Farias – Cofundador e CPO

Bruno Farias é pós-graduado em Estudos Gerais de Negócios com Concentração em Marketing na UCLA (EUA) e atua na área de tecnologia há mais de dez anos. Atuou também na T-Systems em Business Operations, e na Keyrus, em um projeto da multinacional AB-Inbev. Foi também gerente de Produto da Movile e criador da plataforma omnichannel Wavy.

Izabelle Ferreira – Cofundadora e CFO

Izabelle Ferreira é pós-graduada em Gestão Financeira. Como contadora, atuou na Amaggi, um dos maiores grupos de trading de Commodities da América Latina. Implementou e gerenciou toda a gestão de Risco Financeiro, indexando os negócios com a Bolsa de Chicago. Na Neomed, é responsável por toda a área financeira.

Gustavo Kuster – Fundador e CEO

Gustavo Kuster é doutor em Neurologia pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Neurologista pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (EPM) e membro do Conselho da ABTMS, também realiza consultoria especializada em Neurologia e Inovação (Medscape) e é especialista em Conselho Consultivo na Allm Inc (startup japonesa de saúde).