O que é repolarização ventricular e por que ela é tão importante?

A repolarização ventricular é um processo essencial na atividade elétrica do coração. É durante esse momento que as células miocárdicas se “recarregam” após a contração, preparando-se para o próximo ciclo cardíaco. A compreensão desse fenômeno é vital para o diagnóstico e prevenção de arritmias, incluindo aquelas com risco de morte súbita cardíaca.

Como funciona a repolarização ventricular no coração?

O papel das células cardíacas e dos íons

A repolarização ventricular é controlada pelo movimento de íons através das membranas celulares, especialmente potássio (K+), sódio (Na+) e cálcio (Ca2+). Após a despolarização, que acarreta a contração muscular, o fluxo de potássio permite o retorno ao estado elétrico de repouso.

Diferença entre despolarização e repolarização

A despolarização é o disparo do impulso elétrico que leva à contração dos ventrículos. A repolarização é o processo subsequente de “rearme” elétrico que prepara o tecido para um novo batimento.

Como a repolarização ventricular aparece no eletrocardiograma (ECG)?

O que representa a onda T?

A onda T reflete a repolarização dos ventrículos. Em condições normais, é arredondada, assimétrica e positiva na maioria das derivações.

Qual é a função do intervalo QT e QTc?

O intervalo QT, do início do QRS ao fim da onda T, representa o tempo total de despolarização e repolarização. Corrige-se o QT (QTc) para a frequência cardíaca com fórmulas como Bazett ou Fridericia. Um QTc prolongado indica maior risco de arritmias.

O que significa QT prolongado ou encurtado?

QT prolongado (acima de 440 ms em homens e 460 ms em mulheres) está associado a arritmias graves como Torsades de Pointes. QT encurtado (geralmente < 360 ms) também é perigoso, podendo levar à fibrilação ventricular.

Quais doenças estão relacionadas a alterações na repolarização ventricular?

Síndrome do QT Longo (congênita e adquirida)

Genética (SQTL1, SQTL2, SQTL3) ou induzida por drogas. Causa maior risco de eventos arrítmicos fatais.

Síndrome do QT Curto

Rara e potencialmente letal. QTc muito curto e ondas T altas. Relacionada a mutações genéticas que aceleram a repolarização.

Síndrome de Brugada

Padrão de ECG típico (elevação de ST em V1-V3) e risco de arritmias ventriculares. Envolve alterações na repolarização.

Isquemia miocárdica

Afeta a repolarização por falta de oxigênio, levando a ondas T invertidas e elevação de ST.

Efeitos colaterais de medicamentos

Drogas que prolongam QT: antiarrítmicos, antidepressivos, antipsicóticos, antibióticos, entre outros.

Como é feito o diagnóstico de distúrbios na repolarização ventricular?

Medida manual e automática do QTc

ECG automático com revisão manual. Escolher derivações com onda T clara, como DII, V5 e V6.

Qual é o impacto clínico das alterações na repolarização?

Relação com morte súbita cardíaca

QT prolongado é o preditor mais forte de Torsades de Pointes e morte súbita. QT curto também tem risco elevado, especialmente em jovens.

Como a repolarização afeta pacientes com insuficiência cardíaca, infarto e cardiopatias

Alterações na repolarização aumentam o risco de eventos arrítmicos em pacientes vulneráveis.

Como tratar e prevenir distúrbios na repolarização ventricular?

Tratamentos para QT longo

  • Betabloqueadores
  • Mexiletina (especialmente SQTL3)
  • CDI (desfibrilador implantável)
  • Denervação simpática
  • Evitar drogas que prolongam QT

Manejo da síndrome de Brugada

  • CDI é o padrão-ouro
  • Quinidina em casos selecionados

O que fazer em casos de QT prolongado induzido por medicamentos?

  • Suspender a medicação
  • Repor potássio e magnésio
  • Usar magnésio EV para TdP
  • Overdrive pacing ou isoproterenol em bradicardias

Principais dúvidas sobre repolarização ventricular

O que pode causar alterações na repolarização ventricular?

Genética, isquemia, drogas, distúrbios eletrolíticos, inflamações.

Como saber se o QT está normal?

Verifique o QTc. Homens: < 440 ms. Mulheres: < 460 ms. Acima de 500 ms = alto risco.

Quais medicamentos devem ser evitados?

Antiarrítmicos, antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, macrólidos.

Repolarização alterada é grave?

Sim. Pode levar a arritmias fatais como TdP e fibrilação ventricular.

Conclusão: A repolarização ventricular como sentinela elétrica do coração

A interpretação precisa da repolarização ventricular pode ser a diferença entre um diagnóstico precoce e uma tragédia evitável. Nesse cenário, o Kardia, da Neomed, se apresenta como um verdadeiro copiloto da cardiologia moderna. Utilizando inteligência artificial de ponta, a plataforma detecta alterações sutis na repolarização, como QT prolongado ou fibrilação atrial, com agilidade e precisão. Assim, médicos ganham tempo, segurança e clareza para intervir antes que o pior aconteça.

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