Trombolítico no IAM: saiba como funciona

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O trombolítico é um medicamento que pode ser utilizado no tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). O nome, que vem de “trombólise”, faz referência ao ato de “diluir” ou “quebrar” o trombo – coágulos sanguíneos formados nas veias ou artérias.

Mas esse tipo de medicamento funciona em todas as situações de IAM? Qual é a forma correta de utilizá-lo? Confira abaixo:

O que é um trombolítico? 

Utilizado para dissolver coágulos no sangue, o trombolítico é um medicamento utilizado para o tratamento de episódios agudos como o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Embolia Pulmonar. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os trombolíticos reduzem a mortalidade do IAM com supra de ST em cerca de 30%.

As coronárias são vasos que nutrem o músculo do coração e existem diversos fatores que podem contribuir para o surgimento de um trombo (coágulo) em uma coronária, o que pode ocasionar obstrução completa do fluxo de sangue por esse vaso. Nesta situação, o músculo cardíaco irrigado por tal vaso deixa de receber sangue como antes, ocasionando um processo inicial de falta de oxigênio, que chamamos de isquemia. Caso a obstrução não seja resolvida rapidamente, ocorre evolução da isquemia para morte celular, que chamamos de necrose, deixando uma cicatriz permanente no coração, que pode comprometer a função de bomba desse órgão nobre.

Diandro Mota, cardiologista e Diretor Médico da Neomed, explica que “o eletrocardiograma é nosso grande aliado na identificação dos casos de obstrução total de coronárias, pois ele apresenta um sinal clássico nesta situação, conhecido como elevação do segmento ST. O achado pode nos ajudar na identificação precoce do coração em sofrimento, permitindo resolução da obstrução antes de ocorrer a morte do músculo cardíaco”.

Como o trombolítico funciona no IAM?

Quando falamos de IAM, o trombolítico funciona de duas maneiras: primeiro, ajuda a dissolver os coágulos que estão bloqueando as artérias, permitindo que o sangue circule pelo corpo. Em segundo lugar, ele facilita a reparação e recuperação do músculo cardíaco afetado. Por esse motivo, quanto mais rápido o tratamento com trombolíticos é iniciado após o IAM, maiores as chances de reduzir as sequelas e prevenir complicações futuras.

Como o trombolítico é utilizado em casos de IAM?

Nos casos de IAM, o trombolítico é aplicado de forma endovenosa (diretamente na veia do paciente), e é uma maneira segura, simples e eficaz contra a mortalidade ocasionada por IAM. 

Girlane Lovato, farmacêutica e coordenadora da Área Médica, na Neomed, explica: “o trombolítico pode ser utilizado em casos de IAM quando o paciente é diagnosticado com IAM com supra de ST e chega no pronto-socorro com menos de 12 horas de dor, desde que não seja possível realizar a angioplastia primária em até 120 minutos”.

Girlane acrescenta que o padrão ouro no atendimento de IAM com supra de ST é a angioplastia primária, mas isso nem sempre é possível, pois não são todos os hospitais que possuem salas de hemodinâmica para realizar esse tipo de procedimento. “Caso não seja possível realizar a angioplastia no hospital e não tenha como garantir a transferência do paciente a um centro de hemodinâmica para realizar o procedimento em até 2 horas, então, o trombolítico deve ser utilizado, desde que o paciente não tenha nenhuma contraindicação para o seu uso.

Quais cuidados devem ser tomados ao utilizar o trombolítico?

Girlane Lovato fala sobre alguns cuidados: “o trombolítico deve sempre ser administrado em hospital, sala de emergência ou UTI, pois não é um medicamento para uso domiciliar. Depois do uso, o paciente deve ficar sob observação para avaliar se ocorreu a reperfusão e a possibilidade de surgimento de sangramento.”

Segundo a US National Libray of Medicine, há contra-indicação do uso do trombolítico em pacientes com pressão arterial descontrolada, com histórico recente de sangramento, com histórico de úlcera gástrica com sangramento, em pacientes que tenham sofrido traumatismo craniano ou AVC nos últimos três meses, em pacientes com câncer em tratamento ou com problemas sanguíneos ou de coagulação.

Trombolíticos e seus efeitos colaterais

Qualquer indicação ao trombolítico pode levar a um sangramento como efeito colateral, que vai desde pequenos sangramentos na pele e gengiva, por exemplo, até sangramentos graves, como um derrame. 

Para Girlane, no caso de pacientes com IAM com supra de ST, mesmo com os riscos, o uso dos trombolíticos é recomendado: “No caso desses pacientes, o benefício compensa – e muito – o risco. Já para pacientes com IAM sem supra de ST, existe tempo hábil para ser encaminhado para cateterismo e, por isso, o trombolítico não é indicado”.

Além do sangramento, o uso de trombolíticos pode causar efeitos colaterais que variam dependendo da dosagem e do produto utilizado. Eles podem ser: dor ou desconforto no peito, aumento da curva de pressão arterial, arritmia cardíaca, baixa taxa de plaquetas, sangramento gastrointestinal, infecções bacterianas graves e reações alérgicas raras no local da injeção.

Qual outro tratamento para IAM está disponível?

Além de medicamentos trombolíticos, o tratamento do IAM também inclui terapia especializada, como procedimentos cirúrgicos, angioplastia coronária com balão e stent, revascularização miocárdica, conhecida como cirurgia de ponte de safena e outros procedimentos avançados.

Para o Dr. Diandro Mota, “o primeiro passo na definição do tratamento do IAM é determinar se existe ou não elevação do segmento ST no ECG. Se for comprovada a elevação ou achados com significado clínico semelhante, existindo menos de 12 horas de dor, certamente o trombolítico ou a angioplastia primária devem ser instituídos o quanto antes para que nosso paciente tenha benefício em anos de vidas salvos”.

Entretanto, nas situações em que não estão presentes no ECG achados clássicos de obstrução total de coronárias, a definição de investigação e tratamento depende de diversas variáveis, ou seja, as terapias para o IAM são individualizadas, podendo ser tratamento clínico otimizado, associado ou não à cirurgia ou angioplastia (implante de stent).

A importância de um diagnóstico seguro

Como visto acima, os trombolíticos possuem efeitos colaterais, que tornam-se ainda mais severos em pacientes que não possuem recomendação para o seu uso. Por esse motivo, contar com laudos de eletrocardiograma realizado por especialistas, torna-se fundamental para um diagnóstico correto e seguro do paciente, aumentando as chances de um bom desfecho clínico.

Para auxiliar os médicos plantonistas e enfermeiros de prontos-socorros, a Neomed possui uma solução capaz de oferecer laudos de ECG realizados por especialistas, em até 10 minutos: é o Kardia, uma solução que possui cardiologistas em escala 24/7, capazes de laudar eletrocardiogramas em até 5 minutos, caso o exame seja considerado crítico, e em 10 minutos, caso o exame seja considerado normal. Com o laudo em mãos, fica mais fácil para os plantonistas tomarem a decisão de trombolisar ou não um paciente, oferecendo mais desfechos positivos nos hospitais, e diminuindo a mortalidade cardiovascular.

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