Na área do marketing, existem 4Ps muito conhecidos: produto, preço, praça e promoção. Esses são os elementos básico de uma campanha, sendo que o equilíbrio entre eles direciona uma marca para o sucesso. Então, quais seriam os 4Ps da saúde?
No ramo da medicina e do cuidado com o próximo, também foram estabelecidos 4Ps, os quais têm o principal objetivo de tirar a visão apenas da doença e passar a tratar as pessoas em si. Já adiantamos que são: prevenção, predição, participação e personalização.
Assim como no marketing, o equilíbrio entre eles proporciona uma melhor assistência em saúde para a sociedade. Confira mais sobre cada um deles!
Entenda a contribuição da tecnologia para a abordagem
Quando o assunto é tecnologia na área da saúde, diversos setores e recursos podem vir à cabeça. Equipamentos de ponta, softwares de gestão, robótica, enfim, os avanços tecnológicos são praticamente indispensáveis na resolução de doenças.
Porém, você se lembra da proposta de tirar o foco da doença e enxergar a população como um todo? A tecnologia também ajuda nisso, por meio de um melhor manejo dos dados. Tais dados são gerados pelas próprias pessoas e a todo momento.
Um exemplo simples é o aumento de casos de dengue durante o verão. A partir do momento que os números são analisados e essa elevação é detectada, iniciam-se estudos em cima do fato e, diante disso, são planejadas intervenções.
Aumentando um pouco a dimensão da análise, imagine o que é possível ser feito com a inteligência artificial e a Internet das Coisas, por exemplo. A geração de dados torna-se mais intensas, os bancos começam a lotar de resultados e, a partir disso, a inteligência artificial começa sua interpretação dessa grande massa de dados.
Saiba quais são os 4Ps da saúde
Conforme dito, a tecnologia é fundamental nesse processo de transferir o olhar para pesquisa e prevenção em vez de mantê-lo apenas no tratamento e na cura. Para isso, foram determinados os 4Ps da saúde.
Prevenção
A prevenção é realmente o ato de prevenir doenças. Porém, mais importante que isso, aqui visa também prevenir as complicações que uma condição já estabelecida pode causar. Para isso, a educação em saúde deve ser a grande aposta.
Nesse sentido, logo lembramos das várias campanhas que acontecem durante o ano, como as de vacinação, as de prevenção aos cânceres ou até mesmo de complicações do diabetes. O intuito é inserir o assunto na comunidade e estimular o debate sobre ele.
Dessa forma, espera-se que a população se conscientize e busque mudanças no estilo de vida, como uma melhor alimentação ou prática de atividades físicas. Embora pareça difícil, a tecnologia também é uma aliada, por meio de aplicativos que estão sempre estimulando melhores hábitos.
Vale ressaltar que a prevenção não se limita à educação em saúde. O monitoramento também é um fator essencial, visto que acompanha as condições do indivíduo e permite intervenções o mais breve possível, quando necessárias.
Predição
A predição vem associada ao monitoramento já mencionado. Ela retrata a capacidade de “adivinhar” o curso que determinada condição está tomando. Um diabetes descompensado, por exemplo, com queixas de dor ao caminhar, leva o médico a pensar nos danos vasculares estabelecidos.
Porém, nem sempre os dados clínicos são claros e sugestivos de uma complicação ou patologia. Às vezes, as manifestações são detectadas quando a situação nociva já se estabeleceu. Dessa forma, a análise de dados mais uma vez se mostra eficaz.
A epidemiologia é uma ciência que considera os indicadores de saúde de uma população como um todo. Abrange o contexto geográfico e social, sendo uma importante fonte de informações para a gestão pública criar estratégias de intervenção.
Com o avanço nas pesquisas e na biomedicina, os marcadores moleculares têm ganhado cada vez mais espaço, reforçando como a genética pode ser determinante em uma doença. Por fim, a inteligência artificial também auxilia aumentando o poder de predição, por meio da análise dos dados e da evolução dos parâmetros obtidos em casos prévios.
Participação
Já a participação engloba dois aspectos: o maior acompanhamento e a maior adesão ao tratamento. Tornar o sujeito agente ativo do seu cuidado é muito importante, pois o insere nas decisões e, consequentemente, aumenta a sua participação no processo de cuidado.
Incluir não apenas o paciente, mas também sua família, é uma excelente maneira de garantir atendimento longitudinal. Muitas vezes, a intervenção é pontual, com prescrições e solicitações de exames, mas sem que haja um feedback constante e um acompanhamento da evolução. Portanto, a participação estimula a longitudinalidade do cuidado.
Personalização
Por fim, a personalização é um pilar que reforça bastante o que é defendido no atendimento humanizado. Embora existam parâmetros das doenças muito bem definidos por aspectos físicos, químicos e biológicos, ao voltar o olhar para o ser humano, ele está atrelado às suas particularidades.
Então, as doenças podem ter suas definições, mas as manifestações são associadas àquele indivíduo específico, com todas as suas condições biopsicossociais intercaladas. A assistência deve considerar isso, com um atendimento humanizado, focando nas especificidades do caso, não apenas na doença de modo global.
Descubra qual a importância para a população
O equilíbrio entre os 4Ps da saúde vai proporcionar uma melhor assistência para a sociedade. Com o envelhecimento populacional observado, as doenças crônicas também vão aumentar, fatos que requerem maior atenção e cuidado continuado.
Por meio dos pilares abordados, será possível acompanhar a progressão das doenças e oferecer recursos para uma melhor qualidade de vida das pessoas. Todas as faixas etárias serão beneficiadas por essa abordagem, que promete mudar a visão focada em doenças que se tem atualmente.
Concluímos que os 4Ps da saúde são meios de oferecer um cuidado mais humanizado, com foco no bem-estar e não apenas na cura de patologias. O impacto disso se dá tanto na qualidade de vida como também nos cofres públicos e privados, considerando que a prevenção e a predição diminuem intervenções especializadas e eventuais complicações de quadros antes controlados.
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Maira Flores é jornalista (UFSC), RP (ECA/USP) e mestranda em Administração (Esag), especializada em conteúdo relacionado a tecnologia e saúde. Foi editora de cadernos especiais na RBS por cerca de 4 anos, incluindo a temática de Vida&Saúde. Atualmente, Maíra é Head de Comunicação na Neomed.