Risco Cirúrgico Cardiológico: o que é?

Se você já realizou algum procedimento cirúrgico, provavelmente fez alguns exames pré-operatórios para que a cirurgia fosse liberada. Entre as avaliações existentes, há o risco cirúrgico cardiológico, que calcula a probabilidade de complicações cardiovasculares durante o procedimento.

Conversamos com o Dr. Diandro Marinho Mota, cardiologista e Diretor Médico da Neomed, para entender qual é a importância dessa avaliação.

Risco Cirúrgico Cardiológico: o que é?

O risco cirúrgico cardiológico é uma estimativa do risco de complicações que um paciente pode ter relacionadas a um procedimento cirúrgico. Essa estimativa é feita a partir de dados que são obtidos do próprio paciente e referentes à cirurgia que ele irá realizar.

Como é feito?

O cardiologista Diandro Mota explica: “Toda vez que um paciente vai passar por um procedimento cirúrgico, existe um risco de ter complicações para o coração, desde o surgimento de arritmias até algo mais grave, como um infarto ou uma parada cardiorrespiratória”. 

Por esse motivo, antes da realização de uma cirurgia, os cardiologistas precisam avaliar o paciente levando em consideração suas características individuais, como a idade, sexo, peso, antecedentes pessoais, antecedentes familiares, entre outros.

“Juntando todas essas informações, com dados de exames complementares e o grau de complexidade da cirurgia, é possível fazer uma estimativa do risco que ele tem de ter complicações durante ou após o procedimento cirúrgico”, complementa o especialista.

Além de uma consulta e anamnese bem feitas, é importante avaliar a necessidade de exames complementares para agregar mais valor no cálculo do risco.

Qual a importância do Risco Cirúrgico Cardiológico?

A avaliação do risco cirúrgico feita pelo cardiologista é fundamental para a tomada de decisões a respeito da segurança do paciente. Baseado no risco apresentado, é possível oferecer recomendações para minimizar o risco do paciente ter qualquer complicação durante a cirurgia.

Com a avaliação de risco em mãos, há maiores chances de um desfecho positivo para o paciente, além de mais segurança para os profissionais de saúde envolvidos no caso.

Avaliação pré-operatória geral

Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), existem quatro etapas para a realização da avaliação pré-operatória geral. São elas:

  1. Histórico clínico do paciente:  informações sobre a doença de base, que indicou o procedimento cirúrgico, dados sobre a cirurgia, dados clínicos, sociodemográficos e culturais, como idade, sexo, tipo sanguíneo, entre outros;
  2. Exame físico: o objetivo deste exame é identificar cardiopatia preexistente ou potencial, definir a gravidade e estabilidade da cardiopatia, e identificar eventuais comorbidades.
  3. Exames subsidiários: para pacientes com doenças, comorbidades ou alterações no histórico familiar ou exame físico, é indicada a solicitação de exames pré-operatórios como eletrocardiograma, ECG, raio-X de tórax e exames laboratoriais.
  4. Algoritmos de Avaliação Perioperatória: existem alguns índices que facilitam o processo de avaliação perioperatória, são eles:
    1. Índices de Risco: o Índice de Risco Cardíaco Revisado (RCRI, sigla do inglês Revised Cardiac Risk Index), o índice desenvolvido pelo American College of Physicians (ACP) e o Estudo Multicêntrico de Avaliação Perioperatória (EMAPO) – este último foi desenvolvido e validado na população brasileira. 
    2. Operações de Emergência ou Urgência vs. Operações Eletivas
    3. Condições Cardiovasculares Graves no Perioperatório
    4. Risco Intrínseco do Procedimento
    5. Capacidade Funcional
    6. Fluxograma de Avaliação Perioperatória

Para ler o descritivo completo de cada um dos índices, acesse a Diretriz de Avaliação Cardiovascular Perioperatória da SBC, clicando aqui.

A telemedicina e a cardiologia

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