O bloqueio do ramo esquerdo (BRE) é uma alteração na condução elétrica do coração que pode passar despercebida ou ser o primeiro sinal de uma condição cardíaca grave. A seguir, explicamos o que é o BRE, por que ele ocorre, como identificá-lo e qual sua relação com infarto, insuficiência cardíaca e morte súbita.
O que é o bloqueio do ramo esquerdo?
O bloqueio do ramo esquerdo ocorre quando o impulso elétrico que comanda os batimentos cardíacos encontra dificuldade para passar pelo ramo esquerdo do feixe de His, estrutura responsável por conduzir o sinal para o ventrículo esquerdo. Com isso, a ativação do coração fica descoordenada, o que pode ser visto no eletrocardiograma (ECG).
Quais são as principais causas do BRE?
O BRE costuma estar ligado a doenças estruturais do coração. Entre as causas mais comuns, estão:
- Doença arterial coronariana (DAC)
- Hipertensão arterial sistêmica
- Infarto do miocárdio
- Cardiomiopatia dilatada ou hipertrófica
- Doenças das válvulas cardíacas (ex: estenose aórtica)
- Miocardite
- Degeneração do sistema de condução (doença de Lev-Lenegre)
- Cirurgias cardíacas prévias
- Envelhecimento natural do sistema elétrico do coração
Quais sintomas o bloqueio do ramo esquerdo pode causar?
Muitas vezes, o BRE é assintomático e descoberto em exames de rotina. Quando há sintomas, eles estão geralmente relacionados à condição de base:
- Desmaios (síncope)
- Tonturas e bradicardia
- Falta de ar (dispneia)
- Dor no peito (angina)
- Palpitações

Como é feito o diagnóstico do bloqueio do ramo esquerdo?
O principal exame para identificar o bloqueio do ramo esquerdo é o eletrocardiograma (ECG), que mostra:
- Complexo QRS alargado (≥ 120 ms)
- Ausência de onda Q nas derivações D1, aVL, V5 e V6
- Ondas R entalhadas nas derivações laterais
- Inversão das ondas T
- Eixo elétrico normal ou desviado
Outros exames importantes incluem:
- Ecocardiograma
- Holter 24h
- Exames laboratoriais para avaliar a causa subjacente
O bloqueio do ramo esquerdo tem cura? Qual o tratamento recomendado?
O tratamento depende do quadro clínico do paciente:
- Bloqueio do ramo esquerdo isolado e sem sintomas: acompanhamento clínico regular.
- Bloqueio do ramo esquerdo com doença associada: tratar a causa base (ex: controlar a pressão arterial, tratar DAC, insuficiência cardíaca).
Quais são as complicações possíveis do bloqueio do ramo esquerdo?
O bloqueio do ramo esquerdo pode ser marcador de problemas sérios, como:
- Insuficiência cardíaca: a dessincronia da contração ventricular reduz a eficiência do bombeamento do coração.
- Arritmias ventriculares: risco aumentado de taquicardia ou fibrilação ventricular.
- Bloqueio atrioventricular total: evolução grave que pode levar à necessidade de marcapasso.
- Morte súbita: especialmente em pacientes com cardiopatia estrutural.
Bloqueio do ramo esquerdo e infarto do miocárdio: o que muda?
A presença de BRE em pacientes com infarto piora o prognóstico por diversos motivos:
- Dessincronia ventricular: reduz a fração de ejeção e agrava a insuficiência cardíaca.
- Dificuldade no diagnóstico pelo ECG: o BRE mascara os sinais típicos de infarto.
- Indício de lesão extensa: o bloqueio pode refletir necrose em larga escala no miocárdio.
- Maior risco de arritmias fatais: fibrilação ventricular e bloqueio total.
- Mais internações e pior evolução clínica.
Quando o bloqueio do ramo esquerdo é perigoso?
É considerado de risco quando está associado a:
- Doença arterial coronariana
- Infarto prévio
- Insuficiência cardíaca
- Hipertensão mal controlada
- Idade avançada
- Alterações no ecocardiograma
Como monitorar o bloqueio do ramo esquerdo no dia a dia?
Acompanhamento médico é essencial. Pacientes devem realizar:
- ECGs periódicos
- Ecocardiograma anual (ou conforme indicação)
- Controle de fatores de risco (pressão, colesterol, diabetes)
- Estilo de vida saudável (atividade física, dieta, cessar tabagismo)
Por que você não deve ignorar o bloqueio do ramo esquerdo?
Muitos pacientes descobrem o bloqueio do ramo esquerdo em um exame de rotina e não dão atenção. O risco está em deixar passar um sinal de alerta. O bloqueio do ramo esquerdo pode ser a ponta do iceberg: o primeiro sinal de um coração sofrido, silenciosamente à beira do colapso.
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