Um dos principais exames presentes na prática clínica diária é o Eletrocardiograma (ECG), que possui elevada sensibilidade para o diagnóstico de doenças do coração e é usado rotineiramente na triagem dos pronto-socorros e também em check-ups preventivos. O exame é efetuado por meio de um aparelho que mede os impulsos elétricos do músculo cardíaco, permitindo a identificação de eventuais cardiopatias. Após o exame ser executado, o resultado é encaminhado para o médico especialista, o cardiologista, que assume a interpretação do eletrocardiograma para a emissão do laudo.
A sua ampla utilização é potencializada pelo fato de se tratar de um exame rico em informações, de baixo custo, não invasivo e de rápida execução. Porém, apesar de bastante popularizado na clínica médica por suas vantagens, existem inconsistências nos laudos por alguns fatores. Entre eles, está a subjetividade na interpretação do ECG que se apresenta como um desafio a ser superado.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em 2019, as doenças do coração figuravam como o principal motivo de mortes em todo o mundo. Dados do mesmo ano publicados pelo Datasus apontavam o infarto do miocárdio como a doença responsável pelo maior número de mortes no Brasil.
No caso do infarto, doença causada pela interrupção de fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, sabe-se que o diagnóstico rápido é fundamental para redução da mortalidade e das possíveis sequelas. Sendo assim, a precisão ao executar a interpretação do eletrocardiograma é determinante para um diagnóstico acertado e rápido.
Pontos de atenção que podem evitar erros no ECG:
Todo o processo, desde o registro dos dados do paciente até a entrega do laudo precisam de atenção.
Começando pelo contato com o paciente, é de extrema importância que a identificação do mesmo seja feita da maneira adequada, com informações específicas para o médico cardiologista que vai laudar o exame. Por exemplo, sexo e idade são dados que não podem faltar na ficha do paciente, pois os parâmetros de análise dos exames são variavéis quando comparamos uma criança do sexo feminino com um idoso do sexo masculino, por exemplo.
Além disso, o ECG é uma “fotografia” do momento do paciente. Então, registrar a hora e a data exata em que o exame foi feito, juntamente com os sinais e sintomas coletados do paciente, é essencial.
Pensando no preparo do paciente, é importante que o mesmo seja posicionado da maneira correta e com o tórax desnudo para que a coleta das informações não seja prejudicada. A técnica para execução do exame de ECG é igual no mundo todo, mas a operacionalização proposta na III Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos deve ser seguida para uma padronização.
Outro ponto importante é garantir que o exame está chegando corretamente ao médico cardiologista que vai laudar.
Por fim, ressalto a importância do médico responsável pelo laudo ser um médico cardiologista e de ter gestão de qualidade para identificar erros e vícios que podem ser cometidos no dia a dia. O processo de reciclagem do conhecimento é contínuo e necessário para todos os profissionais.
Em resumo, destaco os principais pontos de atenção para evitar erros e a subjetividade na interpretação do ECG:
- Preencher a ficha de identificação completa do paciente com atenção, incluindo idade e sexo;
- Discorrer a data e hora exata em que o exame foi realizado, com a queixa principal da admissão, sinais e sintomas;
- Treinar a equipe de enfermagem para a correta realização do exame, considerando a todas as instruções descritas na diretriz brasileira de cardiologia;
- Garantir que o exame está chegando ao médico especialista dentro do tempo previsto e com a identificação correta;
- Contar com um time de cardiologia especializado, com gestão de qualidade de laudo e em constante aprendizagem;
- Instruir o uso da Diretriz Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos pelos médicos cardiologistas.
Kardia: garantindo a qualidade e precisão na Interpretação de eletrocardiograma
Hub desenvolvido pela Neomed, o Kardia é uma tecnologia que une Inteligência Artificial (IA) e cardiologistas experientes para tornar a interpretação de eletrocardiograma mais precisa, acelerando o diagnóstico de doenças do coração. O sistema emite uma pré-análise de ECG em apenas 50 segundos, que alerta o médico plantonista se o exame está normal ou anormal.
Para garantir a qualidade e precisão do exame, após um paciente com dor torácica ser submetido ao ECG, todos os dados desse paciente são imputados na plataforma Octopus juntamente com o exame gráfico. O sistema oferece recursos de alta tecnologia para identificar o início e o fim de cada deflexão apresentada na linha de um Eletrocardiograma, trazendo informações relacionadas à atividade elétrica do paciente de maneira assertiva e o menos subjetiva possível. Uma vez que esse exame é pré-analisado pela Inteligência Artificial como anormal, o time de médicos plantonistas tem o prazo de 5 minutos para laudar e devolver o exame ao cliente.
A dedicação para garantir a qualidade e interpretação dos exames de eletrocardiograma pelo Kardia é fruto do paciente como centro na tomada de decisão. O que o produto propõe é a união entre tecnologia de ponta, profissionais treinados e gestão de qualidade oferecendo agilidade, rapidez e precisão no laudo de doenças do coração.
Diandro Marinho Mota é Diretor Médico da Neomed. Cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC). Obteve o Título de Especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (2012), Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013) e Certificado de Atuação na Área de Ecocardiografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2014). Atualmente é doutorando em cardiologia pelo Programa USP/IDPC.
CRM SP 136.651