Cardio-oncologia: guia completo

Relativamente nova na área da medicina, a cardio-oncologia visa atender e cuidar dos pacientes oncológicos, promovendo a prevenção, diagnóstico e tratamento adequados das doenças cardiovasculares neste grupo de pacientes. Abaixo, você confere as principais informações sobre o tema. Confira:

O que é cardio-oncologia?

Fundada em janeiro de 2009, a Sociedade Internacional de Cardio-Oncologia tem o objetivo de unir as especialidades de Cardiologia e Oncologia. Essa nova área visa promover o cuidado do paciente oncológico, reduzindo os efeitos cardiológicos resultantes do tratamento do câncer, além de tratar e prevenir outras complicações da saúde cardiovascular. Em muitas situações, os diferentes tratamentos de câncer podem apresentar efeitos colaterais para a saúde do coração e é nesse cenário que a especialidade se torna tão relevante.

O que é cardiotoxicidade e seus efeitos

A cardiotoxicidade é o termo que descreve os efeitos que algumas substâncias utilizadas no tratamento do câncer podem causar no coração. Ela pode ser aguda, subaguda ou crônica. A cardiotoxicidade aguda ou subaguda apresenta-se como alterações na repolarização  e no intervalo Q-T, arritmias supraventriculares e ventriculares, fibrilação atrial, síndromes coronarianas agudas, pericardite e miocardite.

Já a cardiotoxicidade crônica pode apresentar-se dentro de ou após um do término da quimioterapia. Nos casos mais comuns, os pacientes apresentam disfunção ventricular sistólica ou diastólica, que pode levar a insuficiência cardíaca congestiva até a morte cardiovascular.

É importante observar que, mesmo em tratamentos não cardiotóxicos, há um risco aumentado do surgimento de doenças cardiovasculares.

A incidência de doenças cardiovasculares em pacientes oncológicos

Segundo a I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 16% a 36% dos pacientes com câncer mostram anormalidades no ECG basal. Além disso, o Instituto Nacional do Câncer estima 704 mil novos casos oncológicos por ano até 2025, o que representa até 253 mil novos casos de pacientes com arritmia. A fibrilação atrial é a principal dessas arritmias, e causa AVC em cerca de 35% dos pacientes.

Ainda, segundo a Diretriz Brasileira de Cardio-oncologia, publicada em 2020, alguns números são importantes:

  • O Trastuzumabe, utilizado no tratamento de câncer de mama, está relacionado à ocorrência de insuficiência cardíaca em até 26% dos pacientes;
  • Sobreviventes de câncer pediátricos têm até 15 vezes mais chance de desenvolver insuficiência cardíaca que controles pareados para outros fatores de risco;
  • A incidência de insuficiência cardíaca nos casos de dose cumulativas maiores que 700 mg/m2 de doxorrubicina pode chegar a 50%;
  • O uso de Carfilzomibe pode causar insuficiência cardíaca em até 25% dos pacientes;
  • Estima-se que 35% dos pacientes com câncer desenvolverão Hipertensão Arterial ao longo do tratamento;
  • Entre pacientes com carcinoma de células renais, a prevalência de Hipertensão Arterial ultrapassa 75%.

A avaliação do paciente cardio-oncológico

A avaliação pré-tratamento, bem como o acompanhamento cardiológico do paciente oncológico é fundamental para a diminuição das taxas de mortalidade, bem como o acompanhamento para um melhor tratamento e desfecho clínico.

As arritmias, as pericardites, a hipertensão arterial sistêmica, a disfunção ventricular esquerda e a isquemia são as principais complicações relacionadas ao câncer e aos seus tratamentos e, por esse motivo, contar um médico cardio-oncologista na jornada do paciente é fundamental para um tratamento clínico eficaz.

Como a Inteligência Artificial pode ajudar a jornada do paciente cardio-oncológico

Apesar de ser fundamental a presença de médicos especialistas para o acompanhamento dos pacientes cardio-oncológicos, esta não é a realidade da maioria dos hospitais brasileiros. Neste cenário, a inteligência artificial surge como uma aliada na atenção aos pacientes, pois possibilita um cuidado integral, servindo como um apoio para a equipe de saúde.

O Kardia, da Neomed, permite a avaliação de todos os pacientes oncológicos com a realização de Eletrocardiogramas e Holter antes, durante e após o tratamento, realizando acompanhamentos periódicos e mantendo todos os dados do histórico estruturados. 

Para auxiliar nos processos da linha de cuidado, o aplicativo permite configurar notificações para os tipos de laudo que sejam relevantes, possibilitando o conhecimento imediato sobre os resultados. Além disso, o Kardia auxilia no filtro dos laudos, a fim de auxiliar a equipe na análise dos mais relevantes e gerir as etapas das condutas definidas, ampliando a proporção de pacientes que recebem o tratamento completo.

Para saber como o Kardia pode auxiliar o seu hospital no cuidado do paciente cardio-oncológico, clique aqui e agende uma demonstração!

Referências bibliográficas:

I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Diretriz Brasileira de Cardio-oncologia – 2020

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