Exame Holter: como é feito e qual a importância?

Exame Holter

De acordo com  a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, quase 17 milhões de pessoas morrem por causa de problemas cardíacos ao redor do mundo. Para minimizar esses números alarmantes, a medicina vem se aliando cada vez mais com a tecnologia para apoiar o diagnóstico, prevenir e tratar enfermidades cardiovasculares.

O exame Holter é indicado para monitorar a atividade do coração. Neste artigo, abordaremos como este exame é feito, sua importância, preparo e interpretação, além de analisar a importância da tecnologia para oferecer mais rapidez ao diagnóstico.

O que é o exame Holter?

O Holter é um exame que aponta cardiopatias, como arritmias e a fibrilação atrial. O objetivo é o mesmo do eletrocardiograma (ECG): monitorar a atividade elétrica do coração. A grande diferença entre ele e o ECG padrão, entretanto, é o tempo de duração: no caso do Holter, o paciente deve permanecer com o aparelho durante 24 horas. 

Este exame monitora a atividade elétrica do coração ao longo do dia, detectando quaisquer sintomas apresentados pelo coração, como arritmias, taquicardias e outros problemas associados à saúde cardiovascular. Trata-se de um monitor portátil que fica acoplado junto ao corpo da pessoa submetida ao procedimento. 

O exame é indolor, e ao paciente é permitido executar todas as atividades diárias normalmente, exceto tomar banho, já que isso implicaria na imprecisão dos resultados.

Vamos entender, agora, o passo a passo para a boa execução do exame.

Como é feito o exame Holter?

Para entender qual é a importância e como é feito o exame Holter, é preciso ter em mente que alguns cuidados são necessários, a fim de que o exame saia como o planejado e tenha uma boa qualidade. Com uma boa execução, a interpretação do exame, bem como a emissão do laudo e a escolha do melhor tratamento para as doenças identificadas serão realizadas de forma facilitada. Confira a seguir um passo a passo para a realização do Holter:

  • Passo 1: O paciente deve estar com o tórax desnudo. Se o exame for realizado em um paciente que usa sutiã ou top, estas peças não podem apresentar metal;
  • Passo 2: Retire o excesso de oleosidade com lixa específica e gaze embebida com álcool 70%, nos locais onde vão os eletrodos;
  • Passo 3: Conecte os eletrodos na ponta do cabo do Holter para facilitar a instalação;
  • Passo 4: Insira o cartão na posição indicada do aparelho;
  • Passo 5: Posicione os eletrodos adesivos no paciente;
  • Passo 6: Conecte o cabo do paciente ao aparelho;
  • Passo 7: Insira a pilha no dispositivo na posição indicada no aparelho. Fique atento pois, ao inserir a pilha no aparelho, ouve-se um som e os leds verdes e amarelos piscam alternadamente. Em seguida o led pisca três vezes consecutivas, aguardando a gravação;
  • Passo 8: Inicie a gravação acionando o botão azul com apenas um toque. O led verde piscará alternadamente;
  • Passo 9: Fixe o aparelho na cintura do paciente;
  • Passo 10: Após as 24h de realização do exame, para finalizá-lo, pressione o botão azul por 3 vezes e mantenha pressionado até que um som seja emitido.

Durante o exame, o paciente precisa assumir uma postura ativa, pois é pedido a ele que, durante as 24 horas em que fica com o aparelho e os eletrodos, escreva uma espécie de diário, anotando as atividades do seu dia, os seus momentos de descanso e os eventos que podem provocar alguma alteração, como palpitações ou tontura. Esse material é valioso para ajudar na interpretação do exame.

Existe preparação para o exame?

Antes do exame, existem algumas informações que devem ser esclarecidas com os pacientes. É importante que os portadores de marca-passo, por exemplo, mostrem as informações do equipamento, expressas na carteirinha de identificação. Elas são cruciais para interpretar resultados do Holter e compor o laudo médico.

Além disso, os pacientes precisam ter alguns cuidados para fazer o teste, como tomar banho antes do exame, por exemplo, já que o paciente ficará pelo menos 24h sem fazê-lo. O paciente também não deve aplicar cremes ou outros cosméticos na região torácica.

Interpretação de resultados

Para interpretar o Holter é preciso seguir as orientações da fabricante do aparelho para análise gráfica. Nesse sentido, é essencial que o exame Holter seja conduzido de forma exemplar. 

Além disso, deve ser avaliado, idealmente, por um cardiologista. Depois da interpretação, o cardiologista emite o laudo de Holter, documento que explicita os seguintes tópicos:

  • Informações do paciente;
  • Detalhes do procedimento;
  • Detalhes sobre a frequência dos batimentos cardíacos;
  • Sobrecarga de cavidades;
  • Distúrbios de condução;
  • Intervalos;
  • Bloqueios.

É só aí que ocorre a interpretação do Holter, que pode ser normal ou anormal. A seguir, vamos explicar o que significa cada um deles.

Holter Normal 

O Holter Normal indica que a atividade elétrica e o ritmo dos batimentos cardíacos estão dentro do padrão, ou seja, entre 50 e 100 por minuto. É preciso estar atento, porque, às vezes, o Holter de 24 horas pode não indicar algum problema. 

Assim, se os sintomas persistirem, há a possibilidade de se realizar o exame novamente por 48 horas ou 7 dias.

Holter Anormal

Nesse caso, o exame apresenta alguma irregularidade. A partir dessa identificação, é preciso focar nas imagens geradas pelo Holter a fim de se realizar a análise, que deve ser baseada nos seguintes critérios: 

  • Ritmo Cardíaco: o coração bate de forma única em cada pessoa e pode variar de acordo com a idade ou condicionamento físico. Ainda assim, mesmo que algumas alterações no ritmo dos batimentos cardíacos seja normal durante o dia, a repetição dessas disfunções deve ser avaliada;
  • Frequência Cardíaca: a frequência cardíaca indica a quantidade de esforço que o coração realiza, em batimentos, para bombear o sangue. Se o coração faz muito esforço para isso, serão necessárias mais batidas por minuto.
  • Bloqueios: acontece quando há um atraso na condução do impulso elétrico de uma região do coração para a outra, resultando na lentidão da transmissão do impulso elétrico dentro das estruturas internas do coração. Alguns bloqueios não provocam sintomas, mas tontura, vertigem e fadiga podem indicar essa condição.
  • Arritmias: as arritmias podem ser causadas por cardiopatias, como insuficiência cardíaca e doença da artéria coronária, mas também por alterações presentes desde o nascimento, chamadas de anomalias congênitas. Na insuficiência cardíaca, o coração tem dificuldade para bombear sangue suficiente para os órgãos e outras partes do corpo.

Fatores técnicos para a interpretação no exame Holter:

  • Ritmo de base e variabilidade;
  • Segmento ST;
  • Condução atrioventricular e intraventricular;
  • Atividade Ectópica Ventricular;
  • Sintomas.

Além disso, o diário de eventos e as alterações apresentadas pelo Holter são importantes para comparação. Juntos, ajudam os médicos a encontrar o diagnóstico mais facilmente.

Quem pode realizar o procedimento?

Não há contraindicações para o exame, já que até mesmo crianças podem realizar o procedimento, mas o paciente precisa ficar atento a alguns detalhes:

  • Não utilizar colchão ou travesseiro magnético, pois isso pode prejudicar a eficiência do resultado;
  • De mesmo modo, alguns medicamentos, como betabloqueadores, podem ser suspensos, de acordo com orientação do cardiologista;
  • Exercitar-se não é necessariamente um problema, mas é importante estar atento: o excesso de suor e movimentações abruptas podem afetar a mensuração.

Depois de realizar o Holter, o paciente pode continuar sua rotina normalmente, dispensando atestado, repouso e medicação.

Quais doenças podem ser identificadas no Holter?

O exame pode indicar doenças cardíacas, como infarto e pericardite, arritmias, aumento das cavidades do coração e problemas nas válvulas cardíacas. No entanto, o diagnóstico depende de uma combinação de fatores. Sendo assim, não é recomendado tirar conclusões apenas considerando o resultado do ECG com Holter. 

No caso dos males cardiovasculares (grupo de doenças que afetam coração e vasos sanguíneos), por exemplo, o médico pode avaliar o histórico familiar, que tem bastante peso. Além, é claro, dos hábitos de vida do paciente que influenciam diretamente em sua saúde. Assim, fica fácil notar a importância de uma interpretação precisa e profissional em relação ao exame.

Como a telemedicina auxilia profissionais da saúde com o exame Holter?

Depois que o exame está pronto, as soluções em telemedicina, como as oferecidas pela Neomed, são uma alternativa para assegurar a precisão dos exames e a agilidade na entrega de resultados. Isso porque este procedimento deve ser analisado, idealmente, por um cardiologista e, se possível, por um arritmologista. Nem sempre as clínicas e hospitais contam com essas especialidades.

Com a inserção dessa tecnologia na área da saúde, no entanto, é possível garantir ao paciente uma alta qualidade na hora de emitir o laudo, por exemplo. O telelaudo permite que especialistas tenham acesso às informações detalhadas do Holter mesmo à distância. Dessa forma, as clínicas conseguem otimizar outros setores, melhorar o atendimento e, ainda, certificar-se de que os resultados serão entregues ao público de maneira precisa e confiável.

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Referências Bibliográficas

BORGES, Arthur Porto. Desenvolvimento de um sistema holter de eletrocardiograma. 2018.

Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

MANUAL DO USUÁRIO, Cardiolight – gravador digital de holter, Rev Cardios 017, junho 2014.

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