Copa do Mundo e Cardiologia: como estes assuntos se relacionam?

Copa do Mundo e Cardiologia

Copa do Mundo e Cardiologia: o que um tem a ver com o outro?

Um evento que acontece de quatro em quatro anos e mexe com os corações de torcedores do mundo inteiro: a vigésima edição da Copa do Mundo de Futebol, organizada pela Fédération Internationale de Football Association (FIFA), teve início em 20 de novembro de 2022, no Catar, país situado no Oriente Médio.

Mas nem só de corações apaixonados pela sua seleção se faz uma Copa do Mundo. Em 2022, a edição do maior evento esportivo do mundo também está nos ensinando sobre cardiologia. Quer saber o que estes dois temas têm em comum? Confira abaixo.

Copa do Mundo e Cardiologia

Christian Eriksen e Daley Blind são jogadores de futebol que estão disputando a sonhada Taça da Copa do Mundo e têm algo em comum: os dois possuem desfibriladores cardíacos implantados, a fim de corrigir a taquicardia ou fibrilação ventricular, que oferecem risco de parada cardíaca ou morte súbita aos jogadores.

Cardiodesfibriladores implantáveis (CDI)

Conversamos com a dra. Giovana Daher Fagotti, cardiologista na Neomed, que explicou o que são estes dispositivos: “cardiodesfibriladores implantáveis (CDI) são dispositivos inseridos no tórax, responsáveis por detectar e interromper arritmias potencialmente ameaçadoras à vida”.

Utilizados pela primeira vez em 1980, esses dispositivos são implantados de forma subcutânea ou submuscular. O aparelho insere eletrodos até o ventrículo direito por via transvenosa.

O CDI pode atuar como marcapasso, caso o coração esteja com as batidas muito lentas, auxiliando a encontrar uma frequência cardíaca adequada, e também atua como desfibrilador, dando pequenos choques internos no coração, a fim de tratar a taquicardia.

O caso dos jogadores

Christian Eriksen

Na Copa do Mundo de 2022, Christian Eriksen joga como meio-campo da seleção da Dinamarca. Em 2021, o jogador sofreu um mal súbito em uma partida da Eurocopa, entre Dinamarca e Finlândia.

Ao correr para receber a bola, o jogador caiu desacordado no gramado. No atendimento em campo, que levou cerca de 11 minutos, foi necessário o uso de desfibrilador e massagem cardíaca para reanimar o atleta. O motivo do mal súbito não foi divulgado, mas o jogador teve um CDI implantado em seu coração.

Daley Blind

O lateral da seleção da Holanda, Daley Blind, passou mal em 2019, durante a Liga dos Campeões, em um jogo entre Ajax e Valência. Após sentir tontura em campo, o jogador foi diagnosticado com miocardite e, para que pudesse voltar a jogar, também teve o CDI implantado.

O CDI em atletas de alto rendimento

Em 2021, o Consenso Europeu de Arritmias no Esporte definiu 4 D’s para a decisão clínica em atletas com CDI:

  1. Danger (perigo)

A decisão clínica dependerá da avaliação de perigo para o atleta e pessoas ao seu redor;

  1. Device (dispositivo)

A atividade física poderá ser retomada em 6 semanas após a implantação do CDI;

  1. Disease (doença)

A liberação da atividade física será mediante avaliação clínica. Neste caso, a doença responsável pela implantação do CDI terá grande peso para a decisão final;

  1. Dysrhytmya (arritmia)

Algumas arritmias podem predispor a choques do CDI, com decisão clínica de necessidade de ablação – um procedimento minimamente invasivo que leva finos cateteres até o coração, com o objetivo de cauterizar pontos do órgão que dão origem às arritmias cardíacas. 

A médica Giovana ressalta a importância de avaliar os riscos com um cardiologista de confiança: “É importante ressaltar que, em caso de doença cardíaca que necessite CDI, ele não deve ser colocado como condição para retorno às atividades atléticas competitivas e que o retorno deve ser avaliado com o cardiologista, levando-se em consideração os riscos envolvidos de trauma no tórax e choques inapropriados do CDI – oferecendo risco ao paciente e aos que estão em volta”.

O uso do CDI

Os cardiodesfibriladores implantáveis podem ser indicados para pacientes que possuam condições que predisponham a um tipo de arritmia chamada de “taquicardia ventricular sustentada”, que não pode ser revertida, podendo levar o paciente à parada cardíaca e morte. A cardiologista Giovana Daher complementa: “Algumas condições subjacentes que podem promover esse tipo de arritmia são: sequelas graves de miocardite, síndromes genéticas, como síndrome do QT longo, corações dilatados, cardiomiopatia hipertrófica, entre outras”.

Agora que você já sabe tudo sobre a Copa do Mundo e Cardiologia, é só torcer muito para a seleção do seu coração. Para receber mais conteúdos sobre cardiologia, é só acessar o blog da Neomed!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga-nos nas redes sociais

Participe da comunidade Neo

Baixe nossos conteúdos

Posts recentes

Você também pode gostar

Olá, somos a Neomed,
uma healthtech que cria inovações em cardiologia para salvar vidas.



Preencha os campos ao lado para podermos te conhecer melhor.