A fibrilação ventricular (FV) é uma condição cardíaca grave, considerada fatal. Diferente da fibrilação atrial, esse tipo de arritmia é a principal causa da parada cardíaca e que, obrigatoriamente, requer intervenção médica imediata. Por isso é tão importante entender e saber como prevenir.
Somente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 14 milhões de pessoas têm alguma condição cardíaca. Entre esses casos, uma porcentagem significativa é atribuída à fibrilação ventricular, especialmente em pacientes que sofrem infarto.
Neste post vamos explorar como identificar essa condição, suas causas e as formas de tratamento. Boa leitura!
O que é fibrilação ventricular?
A fibrilação ventricular é um tipo de arritmia extremamente grave e que surge quando os impulsos elétricos do coração são alterados, ou seja, se tornam irregulares, fazendo com que os ventrículos se contraiam descoordenadamente, impedindo o fluxo sanguíneo habitual.
Isso resulta em uma diminuição ou interrupção total da circulação sanguínea, levando rapidamente à perda de consciência e morte, se não for tratada imediatamente.
Em um coração saudável, os batimentos são controlados por sinais elétricos regulares, que começam no nó sinusal (estrutura que regula o ritmo cardíaco e coordena a contração do músculo cardíaco) e se propagam de maneira ordenada através dos átrios e ventrículos.
Qual a diferença entre fibrilação ventricular e fibrilação atrial?
Apesar de parecer semelhante, a fibrilação atrial (FA) e a fibrilação ventricular (FV) são condições cardíacas que envolvem batimentos irregulares, mas suas origens e gravidade são bastante distintas.
A FA ocorre nos átrios, as câmaras superiores do coração, fazendo com que eles batam irregularmente, prejudicando o fluxo sanguíneo para os ventrículos. Embora a fibrilação atrial possa levar a complicações, ela não é potencialmente fatal.
Já a fibrilação ventricular é uma condição muito mais grave e ocorre nos ventrículos, as câmaras inferiores do coração. Na FV, os ventrículos também batem de forma descoordenada, tornando-se incapazes de bombear sangue de forma eficaz, levando rapidamente à parada cardíaca.
Diferentemente da fibrilação atrial, a ventricular é fatal em poucos minutos, considerada uma emergência médica que exige ação imediata para salvar a vida do paciente.
Quais são as principais causas?
Normalmente, a causa principal é quando o músculo do coração recebe um fluxo sanguíneo irregular, decorrente de uma outra doença cardiovascular. Confira as condições que podem desencadear a fibrilação ventricular. Veja a seguir:
- Doença arterial coronariana — obstrução das artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração, é a causa mais comum. Um infarto pode danificar o tecido cardíaco, aumentando o risco de FV.
- Cardiomiopatia — condição que afeta a estrutura e a função do músculo cardíaco, pode predispor o coração à fibrilação ventricular.
- Distúrbios eletrolíticos — desequilíbrios de minerais no sangue podem afetar a condução elétrica do coração, levando à FV.
- Doenças orovalvares — congênitas ou adquiridas, pode levar o paciente a ter fibrilação ventricular.
Outros fatores de risco incluem o uso de drogas recreativas e episódios prévios de parada cardíaca ou arritmias ventriculares.
Além disso, a fibrilação ventricular pode não ter relação com nenhuma das causas citadas anteriormente. Neste caso, é chamada de fibrilação ventricular idiopática.
Caso seja algo genético, outros familiares também podem ser submetidos a exames para confirmação.
Quais são os sintomas deste tipo de arritmia?
A fibrilação ventricular pode ocorrer de forma súbita e sem aviso. Quando acontece, o fluxo sanguíneo para o cérebro e outros órgãos vitais é interrompido, resultando em perda de consciência dentro de alguns segundos.
Porém, antes disso, alguns sintomas podem se manifestar em casos menos graves de arritmia ventricular ou durante um ataque cardíaco iminente:
- Dores no peito;
- Tontura ou desmaio;
- Falta de ar;
- Palpitações.
São sintomas que se assemelham a outros tipos de doenças cardíacas, por isso, o ideal é sempre ter acompanhamento do médico especialista.
Se a fibrilação ventricular não for revertida em questão de minutos, pode resultar em morte súbita, por isso, a intervenção imediata é tão importante.
Como é realizado o diagnóstico de Fibrilação Ventricular?
A fibrilação ventricular (FV) é identificada principalmente por meio do eletrocardiograma (ECG), um exame que registra a atividade elétrica do coração.
No caso da FV, o ECG mostra um padrão desorganizado de impulsos elétricos, sem a presença dos complexos QRS normais que indicam contrações ventriculares regulares no exame. Em vez disso, o cardiologista vai identificar ondas rápidas e descompassadas, que indicam a ausência de um ritmo cardíaco eficaz.
Outra forma de diagnosticar a fibrilação ventricular é por meio dos sinais clínicos. Como essa condição provoca parada cardíaca quase imediata, o paciente geralmente perde a consciência rapidamente, apresenta ausência de pulso e de respiração normal.
Por isso, sem intervenção urgente, a condição leva à morte. Esses sinais são evidentes para os profissionais de saúde durante o atendimento emergencial.
Nessas situações, o diagnóstico é feito rapidamente, muitas vezes apenas com base na ausência de pulso e sinais vitais, seguido da confirmação por ECG quando o paciente chega ao hospital ou é atendido por socorristas.
Além do eletrocardiograma, o médico pode realizar exames adicionais para identificar as causas subjacentes da fibrilação ventricular.
Quais são os tratamentos disponíveis atualmente?
O tratamento da fibrilação ventricular precisa ser rápido e eficaz. O principal objetivo é restaurar o ritmo normal do coração e prevenir futuros episódios. As opções incluem:
- Desfibrilação — tratamento inicial que consiste no uso de um desfibrilador que dá choques elétricos ao coração a fim de restaurar o ritmo cardíaco normal;
- Cardioversor desfibrilador implantável (CDI) — dispositivo que monitora constantemente o ritmo cardíaco e aplica pequenos sinais elétricos, corrigindo arritmias que podem levar a um novo infarto;
- Cirurgia ou procedimentos invasivos — pode ser necessário realizar angioplastia ou cirurgia de revascularização do miocárdio para tratar a causa subjacente, como doença arterial coronariana.
Como prevenir a fibrilação ventricular?
A prevenção da fibrilação ventricular envolve reduzir os fatores de risco para doenças cardíacas:
- Alimentação saudável — alimentos ricos em fibras, ácidos graxos ômega-3 e antioxidantes ajudam a proteger o coração, diminuir o consumo de álcool também;
- Exercícios regulares — atividade física moderada e regular fortalece o coração e melhora a circulação;
- Controle de outras condições médicas — gerenciar hipertensão, diabetes e colesterol alto ajuda a prevenir doenças cardíacas.
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