De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares estão presentes na vida de 14 milhões de brasileiros, em média. Entre eles, estima-se que 5 milhões têm Fibrilação Atrial (FA).
Uma das arritmias mais comuns, esta é uma condição cardíaca que descompassa os batimentos e interfere no bombeamento do sangue.
O mais importante é obter o diagnóstico para fazer o tratamento correto desde o início. Entretanto, dos 5 milhões estimados com esta condição, muitos infelizmente não sabem. Continue a leitura deste post para entender tudo sobre Fibrilação Atrial e saber como identificá-la.
O que é a Fibrilação Atrial?
A fibrilação atrial é uma das variações mais comuns da arritmia cardíaca. Seu sintoma mais comum é o batimento cardíaco descompassado, geralmente acelerado.
As duas câmaras superiores do coração, os átrios, batem irregularmente em comparação às câmaras inferiores, os ventrículos. Nesse caso, os átrios tremem ou fibrilam, o que ocasiona os batimentos rápidos e fora do ritmo habitual.
Nesse sentido, a fibrilação atrial pode afetar o fluxo sanguíneo, aumentando as chances de formação de coágulos que podem ocasionar problemas muito mais sérios, como a embolia pulmonar e AVC.
Apesar de ser uma doença cardíaca que pode ter complicações, o tratamento é eficaz, podendo até desaparecer completamente nas fases iniciais.
Quais são os tipos de Fibrilação Atrial?
Dentro desta condição cardíaca existem 4 fases com características e tratamentos diferentes, dependendo do momento em que se tem o diagnóstico.
Essas fases são definidas pelo tempo de duração de cada episódio e a frequência com que ocorrem.
1. Paroxística
Esta é a fase inicial, com episódios que ocorrem num período de 7 dias e sintomas que podem durar horas.
Neste período, é comum sentir tontura, taquicardia, dor no peito, falta de ar. Porém, estes sintomas podem desaparecer sem precisar de intervenção médica.
2. Persistente
A fibrilação atrial persistente tem episódios que duram por mais tempo, entre 7 dias e 12 meses.
Diferente da paroxística, os sintomas não desaparecem sem auxílio médico. É preciso utilizar medicações ou até mesmo outros tipos de tratamento, como a cardioversão elétrica.
3. Persistente de longa duração
A FA de longa duração é semelhante a fase persistente, o que as diferenciam é o tempo dos episódios. Nesta, o período é maior, passando de 12 meses.
Já em relação aos sintomas, são os mesmos. Entretanto, o coração já tem alterações elétricas significativas que impactam diretamente o músculo cardíaco.
Neste caso, o médico deve analisar fatores clínicos para decidir se mantém o ritmo já instaurado ou se tenta restaurar o ritmo normal do coração — sinusal.
4. Permanente
Por fim, a fibrilação atrial permanente é a fase que a recuperação do ritmo sinusal é descartada ou as tentativas são em vão.
Entretanto, existe o tratamento que consiste no controle da frequência cardíaca e prevenção de outros fatores de riscos, como o acidente vascular cerebral, o AVC.
Como identificar esta condição e qual tipo de exame fazer?
Existem alguns sintomas que podem auxiliar na identificação da fibrilação atrial, e exames médicos são grandes aliados nessa etapa. O principal é o eletrocardiograma (ECG), responsável por analisar o ritmo dos batimentos cardíacos.
Confira, abaixo, os sinais mais comuns:
- Falta de ar;
- Palpitações;
- Fadiga, sensação de cansaço;
- Tonturas ou desmaios;
- Dores no peito.
Identificar a fibrilação atrial nem sempre é uma tarefa fácil. Os sintomas podem variar e ser confundidos com outras condições de saúde, ou ainda, o paciente pode ser assintomático, o que dificulta ainda mais.
Por esse motivo, exames preventivos e acompanhamento médico são fundamentais para obter o diagnóstico logo no início e receber o tratamento adequado.
Quais são as principais causas que desenvolvem a Fibrilação Atrial?
Existem alguns fatores que contribuem diretamente para o surgimento da fibrilação atrial. Doenças hereditárias, estresse e consumo excessivo de cafeína são alguns deles.
Confira outras causas que podem ocasionar esta condição:
- Hipertensão;
- Insuficiência cardíaca;
- Hipertireoidismo ou hipotireoidismo;
- Doença arterial coronariana;
- DPOC — doença pulmonar obstrutiva crônica;
Além dos fatores citados, pessoas com mais de 60 anos têm um risco aumentado de desenvolver a FA.
Devido a algumas dessas causas serem mais comuns em outras enfermidades, pode não ser identificada inicialmente. Por isso, ao menor sinal de suspeita, é importante buscar ajuda médica.
Quais são os tratamentos mais adequados?
Atualmente, existem diversos tipos de tratamento para a Fibrilação Atrial. Entretanto, as opções disponíveis variam a depender do estágio e da condição clínica dos pacientes.
Com os tratamentos, é possível restaurar o ritmo cardíaco, controlar os sintomas e evitar a formação de coágulos sanguíneos.
Medicações
Os medicamentos são os mais utilizados para o tratamento da fibrilação atrial, claro, dependendo do estágio em que se encontra a condição cardíaca do paciente.
De modo geral, são prescritos antiarrítmicos, betabloqueadores e anticoagulantes.
Ablação
A ablação é um procedimento que deve ser realizado em hospitais e que tem por finalidade cauterizar as células que ocasionam a arritmia, por meio de cateteres introduzidos na região da virilha.
É totalmente eficaz, entretanto, não recomendado para pessoas com comorbidades — insuficiência renal, insuficiência hepática e doenças pulmonares.
Cardioversão elétrica
Procedimento seguro para o tratamento de algumas arritmias, incluindo a fibrilação atrial. É a opção quando os medicamentos não são eficazes para restaurar o ritmo sinusal do coração.
Consiste em aplicar corrente elétrica controlada por meio de eletrodos posicionados na região do peito.
Marcapasso
Comumente utilizado para tratar bradicardia — batimentos cardíacos lento —, o marcapasso também é indicado para o tratamento da fibrilação atrial por cumprir a função de regular a frequência cardíaca.
Como ter um diagnóstico rápido e garantir o tratamento adequado?
O diagnóstico rápido e preciso é fundamental para iniciar o tratamento correto, de acordo com o estágio em que se encontra a Fibrilação Atrial em cada paciente.
Fazer check-ups regularmente pode ajudar a identificar a doença em sua fase inicial, prevenindo complicações mais graves.
Com a plataforma Kardia, desenvolvida pela Neomed, é possível identificar condições cardíacas em até 10 minutos. Os exames de eletrocardiograma (ECG) são triados por Inteligência Artificial e laudados por especialistas. Esta é uma forma de melhorar a qualidade assistencial e acompanhar de forma mais completa o tratamento do paciente.
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Gabriela Wegner é Analista de Marketing e Conteúdo na Neomed. Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), já atuou em agências de comunicação e com comunicação na área da saúde.