Protocolo de Manchester: saiba como aplicar corretamente

Considerado uma das mais eficazes metodologias de triagem em saúde, o protocolo de Manchester, também conhecido como escala de Manchester e classificação de Manchester, possibilita que pacientes sejam atendidos de acordo com a situação de risco de cada caso. 

Mas afinal, o que é o protocolo de Manchester?

Podemos resumir dizendo que é um modelo aplicado na área da saúde em que é feita uma análise do paciente pela equipe de enfermagem.

Assim que ele chega e, após essa análise, o paciente é direcionado para o atendimento.

No entanto, a depender das características e dos sintomas apresentados por essa pessoa, ela poderá aguardar mais ou menos tempo para receber o primeiro atendimento médico. 

Porém, para que a metodologia apresente os resultados esperados, é preciso saber como aplicá-la corretamente. 

A escala de cores

A premissa básica do protocolo é a classificação por gravidade do quadro clínico dos pacientes utilizando a seguinte representação por cores: 

  • Vermelho: Emergência, com possíveis complicações de saúde e até mesmo risco de morte. O paciente não pode esperar;
  • Laranja: Muito urgente, necessita de atendimento rápido. O tempo de espera deve girar em torno de 10 minutos; 
  • Amarelo: Urgente, paciente precisa de atendimento rápido, mas não imediato, podendo aguardar por cerca de 50 minutos; 
  • Verde: Pouco urgente, nesses casos o paciente pode aguardar ou ser encaminhado para outros serviços de saúde. A espera pode chegar a 120 minutos; 
  • Azul: Não urgente, pode aguardar em torno de 240 min;

Esse modelo, criado em 1997, na cidade de Manchester, na Inglaterra, logo foi conhecido como sistema de triagem de Manchester e não demorou muito para ser utilizado em todo o mundo.

Atualmente, é um dos mais usados também no Brasil, tanto em emergências do Sistema Único de Saúde (SUS), quanto na rede particular. 

Como são feitos os atendimentos no protocolo Manchester?

Se você for a um pronto-atendimento, popularmente conhecido como pronto-socorro, e tiver uma emergência, provavelmente a equipe de enfermeiros irá te fazer algumas perguntas para avaliar o seu caso e ter certeza do quão urgente deve ser o atendimento. 

Fazendo a sua avaliação, vão dizer se você precisa ser atendido com urgência, ou se pode esperar um pouco mais na fila.

Esse sistema é utilizado não apenas em hospitais públicos, mas também em particulares. 

Seja como for, o sistema será muito parecido: assim que o paciente chegar ao pronto-atendimento, ele será atendido por um profissional de saúde, que faz uma avaliação do caso e o classifica de acordo com a gravidade, utilizando as cores da escala. 

Realizar essa triagem é um passo fundamental para a qualidade do atendimento, tendo em vista que o serviço de emergência muitas vezes opera sob alta demanda. 

Ao classificar o risco de cada caso, o protocolo de Manchester consegue, de forma prática, indicar os pacientes que precisam de um atendimento imediato (cor vermelha) e os que podem aguardar por um tempo maior (cor verde ou azul).

Imagine o quão frustrante e doloroso seria para o paciente estar sofrendo de fortes dores, ou com um caso de grande emergência e ter que esperar na fila até ser atendido. 

Acaba gerando um grande desconforto não só em quem espera pelo atendimento, mas na própria equipe médica que se vê obrigada a acelerar ainda mais os serviços e correr o risco de cometer falhas devido à pressa.

Principais benefícios para pacientes e corpo clínico

Do ponto de vista do paciente, um dos maiores benefícios do protocolo de Manchester é fazer com que casos graves sejam atendidos imediatamente, aumentando as chances de um desfecho positivo. 

Do contrário, como dito acima, uma espera prolongada, em determinadas situações, pode gerar um clima de desconforto e até agravar o quadro clínico.

O protocolo também resulta em benefícios do ponto de vista dos profissionais de saúde. 

Ao selecionar aqueles casos que merecem atenção urgente e os que podem aguardar por mais tempo, esse sistema colabora para a otimização do trabalho médico. 

Dessa forma, o médico pode dar mais atenção para o paciente, para a sua necessidade e avaliar com mais calma sua situação e saúde. 

Esse método, inclusive, colabora para a diminuição de diagnósticos incorretos por parte do profissional da saúde e garante a melhor experiência ao paciente.

Isso ocorre, principalmente, porque quanto maior a gravidade do caso, mais complexo será o atendimento. 

Sendo assim, é fundamental que quadros clínicos potencialmente graves sejam recebidos pelas equipes o mais rápido possível, pois a espera, nessas situações, pode agravar as condições de saúde. 

Isso pode demandar um atendimento ainda mais complexo, ou mesmo comprometer o tratamento.

Esse modelo de triagem torna-se especialmente importante em um contexto onde a procura pelos pronto-atendimentos nem sempre está de acordo com as suas funções. 

É comum, por exemplo, que pacientes busquem o atendimento emergencial apresentando quadros onde, tecnicamente, a indicação adequada seria a da consulta eletiva. 

Neste cenário, em que muitas vezes não está clara para a população a função de cada serviço de saúde, o protocolo de Manchester impede que casos não urgentes “furem a fila”.

A efetividade do protocolo de Manchester depende de capacitação das equipes

É preciso salientar, porém, que a funcionalidade do sistema de triagem depende diretamente da capacitação das equipes. 

A simples implantação do modelo em uma emergência de nada adiantará se os profissionais de saúde responsáveis não souberem determinar de maneira exata qual a gravidade do caso de cada paciente. 

Seja esse profissional um enfermeiro ou um médico, é fundamental que ele tenha capacidade técnica para reconhecer os sinais de cada quadro a fim de classificá-lo de modo correto. 

Só isso impedirá que o pronto-atendimento incorra em um dos erros mais comuns durante a utilização do protocolo de Manchester, que é justamente o uso da classificação das cores de maneira inadequada.

Além de treinar as equipes constantemente, determinar objetivos para a adoção do protocolo, estar atento às necessidades dos pacientes e implementar soluções e ferramentas de tecnologia são outras medidas que colaboram para a efetividade. 

A estrutura física dos locais de atendimento também deve ser considerada. Para que o protocolo de Manchester seja aplicado corretamente, é importante que a instituição de saúde seja capaz de comportar o fluxo adequado para cada tipo de classificação. 

No caso de um paciente classificado com a cor vermelha, por exemplo, é necessário que haja condições de transferi-lo de imediato para um setor de emergência. 

Assim, ele será atendido de maneira eficiente e apropriada para a sua necessidade. Isso resultará em um melhor desempenho no trabalho da equipe médica e consequentemente, na melhora mais rápida do paciente. Lembre-se: quando falamos de saúde, cada minuto conta!

Além disso, é importante frisar que em cada unidade de saúde deve ter o protocolo de Manchester atualizado e adequado conforme aquele local. É importante que ele tenha essa flexibilidade para facilitar, inclusive, o trabalho da equipe médica.

Protocolo de Manchester na cardiologia

Tendo em vista que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo, sobretudo por conta de infarto e derrame, e que, para esses casos, a rapidez do atendimento pode ser decisiva, a utilização do protocolo de Manchester torna-se um instrumento essencial na cardiologia.

Através desse modelo de triagem, a equipe médica pode salvar um paciente vítima de infarto, conseguindo poupar mais músculos cardíacos, ou ainda limitar as sequelas de uma pessoa que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente chamado de derrame.

LEIA TAMBÉM: Pronto-socorro: tudo sobre cardiologistas de plantão para apoio à conduta

Kardia

Ainda dentro da cardiologia, uma solução que pode contribuir com a otimização da triagem de pacientes que apresentam dores torácicas é o Kardia – hub desenvolvido pela Neomed, que une tecnologia e uma equipe de cardiologistas para acelerar o diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. 

A interpretação é executada com agilidade e, em apenas 50 segundos, a Inteligência Artificial da Neomed tria o exame entre “normal” ou “anormal”, enviando à equipe médica um status do caso, indicando se envolve emergência ou não.

A utilização segue os seguintes passos: assim que o paciente com dor torácica chega à emergência do hospital, o mesmo é submetido a um Eletrocardiograma (ECG). 

Com acesso ao exame, a plataforma faz a análise automática através de Inteligência Artificial e indica se há anormalidade no quadro.  A situação é levada a um dos cardiologistas de plantão da Neomed, que emite um laudo em até 5 minutos, caso o exame seja considerado crítico.

LEIA TAMBÉM: Como melhorar o atendimento cardiológico em hospitais

Dessa forma, o Kardia auxilia no diagnóstico precoce e na orientação para o manejo do paciente, uma vez que orienta sobre o melhor tratamento, baseado nas informações analisadas pela plataforma.

Tendo esse conhecimento em vista, fica fácil entender a importância do diagnóstico ágil para casos cardiológicos.

Conheça o Kardia e transforme a gestão do seu pronto-atendimento para salvar mais vidas!

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