A síndrome coronariana aguda (SCA), assim como outras doenças cardiovasculares, requer atenção. Sobretudo por ser potencialmente fatal devido à redução abrupta do fluxo sanguíneo para o músculo do coração, o miocárdio.
De acordo com o Registro Brasileiro de Síndromes Coronárias Agudas (Registro BRACE), somente em 2021, houveram muitas internações por SCA, representando 45,7%. E, apesar de ser uma porcentagem relativamente alta, é possível reduzir esses números a partir de um acompanhamento médico adequado.
Neste artigo você vai compreender o que é a síndrome coronariana aguda, bem como suas formas de tratamento e prevenção.
O que é a síndrome coronariana aguda?
A SCA é uma condição que causa o bloqueio total ou parcial das artérias coronárias, responsáveis pelo fluxo sanguíneo para o coração. Geralmente, essa obstrução decorre da aterosclerose, que é o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias.
Quando uma dessas placas se rompe, o corpo tenta repará-la formando um coágulo, o que pode bloquear o fluxo sanguíneo e provocar um infarto.
No entanto, a síndrome também é uma das manifestações da cardiopatia isquêmica, doença silenciosa que pode levar ao mal súbito.
A SCA pode se manifestar de três formas:
1. Angina instável
É caracterizada pela dor torácica em decorrência da redução temporária do fluxo sanguíneo para o coração, este é um sinal de que há algum grau de obstrução nas artérias coronárias.
Diferente da angina estável, que ocorre durante esforço físico ou estresse e melhora com repouso, a AI pode aparecer de forma inesperada, e é mais intensa e prolongada.
Por exemplo, uma crise pode durar de 15 a 20 minutos, mesmo em repouso, sendo obrigatória a ida ao hospital para fazer exames e tratar o quanto antes, pois pode ser fatal.
2. Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST — IAMEST
Esta é uma forma grave de infarto que ocorre quando há uma interrupção total ou quase total do fluxo sanguíneo para uma parte do coração, devido ao bloqueio completo de uma artéria coronária. Isso resulta em danos graves na região do miocárdio.
A partir do eletrocardiograma (ECG), é possível identificar uma elevação do segmento ST, indicando que uma parte significativa do coração está sofrendo isquemia, que é a falta de oxigênio.
Esse tipo de infarto é considerado extremamente grave e exige tratamento imediato para restaurar o fluxo sanguíneo. Geralmente, este restabelecimento é feito por meio da angioplastia — desobstrução das artérias, também conhecida como cateterismo.
3. Infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST — IAMSSST
Já no infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST, o fluxo de sangue é parcialmente reduzido mas não completamente bloqueado. Este não apresenta uma elevação característica no segmento ST visto no exame de ECG.
Embora a ausência dessa elevação possa indicar um quadro menos agressivo em comparação ao outro tipo de infarto, ainda exige tratamento imediato, pois pode evoluir para um infarto mais grave ou outras complicações cardíacas.
Um ponto relevante é que a dosagem de troponina — proteína que indica lesão no coração — é o que auxilia no diagnóstico do infarto do miocárdio e da angina instável.
Por terem sintomas parecidos, como a dor torácica, a troponina é um marcador principal, sendo que a alteração nos valores de referência, geralmente, devem estar acima de 0,04 ng/ml para o tipo I e 0,01 ng/ml para o tipo T.
Quais são as principais causas da síndrome coronariana aguda
A principal causa está relacionada à obstrução e/ou ruptura das artérias coronárias, que pode ser decorrente da aterosclerose, inflamação do endotélio — tecido da parte interna das artérias —, espasmos coronarianos e dissecção coronariana, estes dois últimos são considerados raros.
Além disso, assim como outras doenças cardiovasculares, fatores de risco também contribuem significativamente. Entre eles estão: colesterol alto, diabetes, hipertensão, tabagismo histórico familiar e sedentarismo.
Esses fatores de risco podem ser divididos entre os não modificáveis e os modificáveis. Isto é, aqueles que uma pessoa não pode controlar, como fatores genéticos, e aqueles que podem ser controlados e/ou prevenidos. Preservar a saúde diminui as possibilidades de desenvolver doenças coronarianas.
Quais são os sintomas da síndrome coronariana aguda?
Os sintomas da SCA podem variar, entretanto, o mais comum é a dor torácica, descrita como uma sensação de aperto, peso ou pressão no peito que pode irradiar para o braço, pescoço, mandíbula ou costas.
Geralmente, essa é uma dor constante, que dura por um tempo mais longo e não diminui ou desaparece por completo quando o indivíduo permanece em repouso. Além da dor torácica, outros sintomas podem revelar a síndrome coronariana aguda, como: falta de ar, suor excessivo, náuseas, tonturas e palpitações.
Vale ressaltar que, principalmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, os sintomas podem ser mais sutis, como dor abdominal, fadiga extrema ou desconforto leve. Esses sinais muitas vezes são ignorados ou confundidos com outras condições, atrasando o diagnóstico e o tratamento.
Como diagnosticar a síndrome coronariana aguda?
O diagnóstico da síndrome coronariana aguda é realizado por meio de uma combinação de exames, incluindo o eletrocardiograma (ECG).
O ECG é o exame mais importante para diagnosticar a SCA, identificando alterações no ritmo cardíaco que podem indicar um infarto ou uma isquemia. Por ser uma doença que evolui rapidamente, o exame deve ser realizado em no máximo 10 minutos após o início da dor torácica.
Exames complementares podem auxiliar na avaliação da síndrome coronariana aguda: teste ergométrico, raio-x do tórax, ecocardiograma e hemograma completo.
Quais são os tratamentos disponíveis para a síndrome coronariana aguda?
O tratamento da SCA visa recuperar o fluxo sanguíneo do paciente o mais rápido possível, a fim de minimizar danos ao miocárdio. As abordagens podem variar de acordo com o tipo de SCA e a gravidade da condição.
Em uma situação emergencial, por exemplo, procedimentos como cateterismo, hemodinâmica e medicação específica são realizados nas primeiras 12 horas a partir do início dos sintomas.
Além disso, a cirurgia de revascularização do miocárdio pode ser indicada para pacientes com bloqueios múltiplos ou graves, lesões de tronco de coronária esquerda e disfunção ventricular. Esta cirurgia contorna os bloqueios existentes por meio do enxerto, criando novos caminhos para o fluxo sanguíneo.
Como o Kardia pode ajudar no diagnóstico e prevenção da doença?
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