A tecnologia já foi vista como uma antagonista à humanização na área da saúde. Mas, ela é realmente um problema ou uma solução? Em muitos processos, ela trouxe muito mais agilidade e precisão para a medicina. Isso se traduziu em mais qualidade de vida para os pacientes e redução da taxa de incidência de muitas doenças.
Mesmo assim, é imprescindível investir no que realmente resulta num atendimento diferenciado e melhora a relação médico-paciente. A empatia e a escuta ativa jamais deixarão de ser são as grandes ferramentas de um profissional. Saiba mais no nosso post!
O que é tratamento humanizado?
Com o crescimento da tecnologia na vida dos profissionais da saúde, houve um movimento de insatisfação por parte de muitos pacientes, pois eles não se sentiam acolhidos durante alguns atendimentos.
Surgiram reclamações de todos os tipos — “os médicos mal olham para o paciente”, “eles pedem uma série de exames sem ouvir direito a história”, “dispensam a gente em poucos minutos”. Contudo, a evolução da tecnologia na medicina diagnóstica, proporcionou diagnósticos mais rápidos e precisos resultando num diagnóstico mais preciso e de um tratamento mais assertivo para o paciente.
O problema jamais foi culpa das novas ferramentas. O que ocorreu foi um choque cultural: devido a essa transição rápida, muitos profissionais não tiveram tempo de se adaptar às novidades e conciliar o atendimento humanizado ao uso dessas novas tecnologias e ao aumento da demanda de pacientes.
Nos últimos anos, foram vistas as consequências negativas disso tudo, e houve o surgimento de um movimento por uma medicina humanizada — centrada no paciente e não nos resultados dos exames. Engana-se, porém, quem acha que a tecnologia está sendo abandonada. Muito pelo contrário, recentemente, percebeu-se que ela é uma excelente aliada para um tratamento humanizado, ela é uma ferramenta que ajuda o médico, nessa relação o médico e o paciente são os protagonistas.
Por meio dela, os hospitais e clínicas têm oportunidades que nunca tiveram antes. Há exames que podem prevenir o surgimento de várias doenças, mantendo a saúde e o bem-estar do paciente sem risco por muitos anos. A rapidez dos resultados evita que os pacientes fiquem semanas ou meses agonizando na espera de um diagnóstico. A precisão evita que eles se submetam a procedimentos desnecessários.
Por essas razões, os maiores especialistas no assunto dizem que a medicina é a arte de utilizar a melhor técnica em favor do paciente, sem se esquecer das suas emoções, opiniões, seus sentimentos e pensamentos.
Qual a importância da humanização na área da saúde?
A humanização é imprescindível para a área da saúde, pois fortalece a relação médico-paciente. A assistência à saúde, como nenhuma outra área, demanda a confiança do paciente no profissional. Esse será o principal fator de sucesso no atendimento, pois, sem um bom vínculo, o paciente:
- poderá não revelar todas as informações importantes durante a anamnese;
- poderá não permitir que seja feito um exame físico cuidadoso, que geralmente pode expôr regiões íntimas;
- poderá não confiar nas explicações e nos diagnósticos, levando-o a consultar com vários profissionais;
- não deverá aderir bem ao tratamento, evitando tomar várias doses ou abandonando;
- não retornar para rever os exames para continuar o tratamento etc.
Além disso, a própria humanização é uma espécie de tratamento. O processo de adoecimento envolve muitas dúvidas, receios, tristezas, negações, preocupações, decepções etc. Com isso, a saúde mental do paciente fica comprometida, porém, uma conversa empática e informatiza com o médico assistente pode evitar um quadro mais grave, como a depressão.
Nessa conversa, o médico deve ser bastante educativo, explicando todos os detalhes sobre a condição, o tratamento e o prognóstico. Ao final, se possível, o paciente não deve levar nenhuma dúvida para casa. Ademais, o profissional deve abordar todas as emoções de forma empática e tranquilizar o doente com informações realistas, sem falsas processas.
Muitas vezes, o paciente lê o laudo, procura as informações na internet e fica completamente alarmado. Por isso, o médico deve ter sempre o acesso aos exames do paciente, para explicar a ele os resultados e o que eles significam naquele contexto.
Quais são os benefícios para o paciente da humanização em saúde?
A humanização melhora a eficiência do tratamento de diversas formas. Primeiramente, uma boa anamneses, aliada a exames ágeis e confiáveis, aumenta a precisão dos diagnósticos. Na medicina, um tratamento precoce geralmente se traduz em melhores prognósticos, aumentando a chance de cura e reduzindo a morbidade.
Com isso, o paciente também tem uma resposta mais rápida para as suas preocupações, sendo o bem-estar mental um dos fatores importantes para o sucesso de qualquer tratamento. Não é à toa, que já existe um ramo muito promissor nas pesquisas científicas que estudam o impacto da esperança e da felicidade na cura das doenças.
Assim, um atendimento humanizado se traduz em uma confiança no médico. Isso aumenta as chances de o paciente seguir as orientações, fazer o tratamento de forma adequada, tomar as doses corretas dos medicamentos e, até mesmo, mudar seus hábitos de vida.
É muito importante que um paciente tenha o acompanhamento de um mesmo médico por o maior período possível, a longitudinalidade. Isso porque, além da confiança mútua, o profissional conhecerá não só a evolução das condições de saúde, mas também o perfil social e a personalidade desse paciente, fazendo um tratamento mais personalizado.
Quais são as vantagens de um atendimento humanizado para o médico?
Um dos principais “marketing” para o médico é o boca a boca. Pode-se investir milhares de reais em publicidade e propaganda, mas, se o atendimento for ruim, o paciente não vai retornar e ainda falará mal do profissional para todo o seu círculo social. Nesse contexto, os pacientes estão acostumando a olharem se o atendimento é humanizado. Eles querem um médico atencioso, minucioso, capacitado e, sobretudo, resolutivo.
Para isso, os médicos precisam contar também com ferramentas tecnológicas adequadas para que todo o processo diagnóstico seja ágil. A confiança do paciente vem de uma boa relação com ele, o que só é possível dentro de um tratamento humanizado. Muitas vezes, o doente sabe que o seu tratamento não será rápido ou simples. Então, é a deferência que ele tem pelo profissional que determina sua satisfação, ou seja, ele sente o cuidado e sabe que tudo quanto possível está sendo feito para ajudá-lo.
Como a tecnologia pode ajudar?
Muitas vezes, a insatisfação do paciente não é culpa do médico, mas de outros fatores. Um estudo feito com mais de 700 pacientes demonstrou que a satisfação dos pacientes e a qualidade de vida eram reduzidas quando o diagnóstico é demorado. Frequentemente, parte desse problema se deve a falta de organização dos serviços, resultando em demora na autorização, laudos parados há dias, apenas um profissional disponível a centenas de quilômetros etc.
A tecnologia resolve muitos desses problemas, como a telemedicina, que quebra barreiras físicas. Os laudos à distância permitem que os profissionais especializados em determinados exames possam emitir seu parecer online, sem necessariamente estarem presentes no local de execução do procedimento. Assim, mais clínicas e hospitais podem disponibilizar exames importantes, como eletrocardiograma e eletroencefalograma de modo rápido e eficaz.
Portanto, para oferecer a humanização na área da saúde, é preciso abandonar as velhas referências negativas da relação tecnologia e bom atendimento. Mesmo que o paciente deseje mais atenção e empatia, ele também quer um diagnóstico rápido e preciso. Por essa razão, é essencial buscar ferramentas e parceiros que ajudem a manter a qualidade da prestação de serviços de forma ágil e resolutiva.
Nataliê Sutilli é Starter em Marketing Digital na Neomed. Estudante de Medicina, tem experiência em Marketing, fez cursos iniciantes em Design Thinking, Leadership e Machine Learning e é Colunista da Editora Sanar.
3 respostas