O eletrocardiograma é um exame que, por meio de eletrodos, monitora a atividade elétrica do coração. O intervalo QT é um dos parâmetros encontrados neste exame.
Abaixo, você entenderá o que é QT, qual a faixa normal do intervalo, a importância do monitoramento e do diagnóstico rápido.
O que é o intervalo QT
O intervalo QT (iQT) é um parâmetro contido no eletrocardiograma e sua medida é referente a uma linha reta entre o início do complexo QRS e o final da onda T. Este intervalo representa a duração total da atividade elétrica ventricular.
O intervalo QT no eletrocardiograma é uma medida essencial que representa o tempo total da despolarização e repolarização ventricular. Este intervalo é fundamental para avaliar a atividade elétrica do coração e prever possíveis problemas cardíacos.

Despolarização e repolarização ventricular
O intervalo QT reflete o período desde o início da despolarização dos ventrículos até o final da sua repolarização. A despolarização ventricular corresponde à fase de contração dos ventrículos, enquanto a repolarização corresponde à fase de relaxamento.
Juntos, esses processos são vitais para o ciclo cardíaco, e qualquer alteração no intervalo QT pode indicar anormalidades na função elétrica do coração.
Intervalo QT Corrigido (QTc)
O intervalo QT é influenciado pela frequência cardíaca. Portanto, para uma avaliação precisa, utiliza-se o intervalo QT corrigido (QTc).
O QTc ajusta o intervalo QT de acordo com a frequência cardíaca, permitindo uma comparação mais consistente. Fórmulas como a de Bazett são comumente usadas para calcular o QTc.
Frequência cardíaca
A frequência cardíaca impacta diretamente o QT. Em uma frequência cardíaca mais alta, o intervalo QT tende a ser mais curto, enquanto em uma frequência cardíaca mais baixa, ele se prolonga.
A correção do QT pela frequência cardíaca é essencial para evitar interpretações errôneas.
Taquicardia ventricular e risco de arritmias
Um intervalo QT prolongado pode predispor o coração a taquicardia ventricular, uma arritmia rápida e potencialmente fatal.
O prolongamento do QT aumenta o risco de outras arritmias graves, como as do tipo Torsades de Pointes. Monitorar o intervalo QT é, portanto, vital para prevenir essas condições.
Outros fatores influenciando o intervalo QT
Além da frequência cardíaca, vários outros fatores podem afetar o QT, incluindo medicamentos, eletrólitos, condições metabólicas e genéticas. Por exemplo, certos medicamentos antiarrítmicos e antipsicóticos são conhecidos por prolongar o QT.
Faixa normal do intervalo QT
Quando falamos de intervalo QT normal, isso significa que existem alguns valores considerados normais no monitoramento do intervalo. São eles:
Valores inferiores a 450 ms em homens, e valores inferiores a 470 ms em mulheres. Em crianças, este valor deve ser inferior a 440 ms.
Em termos de valores específicos, um intervalo QTc acima de 470 ms em mulheres já é considerado prolongado.
Estudos mostram que as mulheres tendem a ter intervalos QT ligeiramente mais longos que os homens, o que pode ser devido a diferenças hormonais e genéticas. Portanto, o risco de arritmias relacionadas ao prolongamento do QT é particularmente relevante para o sexo feminino.
Um valor acima dos citados, ou seja, um intervalo QT prolongado, pode indicar alguma anormalidade ou doença cardíaca que tem como um dos sintomas o prolongamento do intervalo QT.
Importância do monitoramento do intervalo QT
Monitorar o QT é importante pois o seu prolongamento ou encurtamento pode representar alguma disfunção ou doença cardíaca.
No caso do intervalo prolongado, condição chamada de “Síndrome do QT longo”, o tempo que o coração demora para recarregar entre os batimentos está mais demorado do que o normal, podendo ocasionar desmaios, convulsões ou até morte súbita.
O contrário também apresenta riscos. A “síndrome do QT curto” ocorre quando este intervalo é menor do que o normal e, apesar de rara, é caracterizada pela presença de arritmias, ocasionando risco de morte súbita ao paciente.
A importância do diagnóstico rápido
Quando o assunto é coração, tempo é músculo. Por isso, um diagnóstico correto, em tempo hábil é fundamental para o bom desfecho clínico do paciente.
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Referências
Oliveira NA Jr., Andréa EM, Maciel WA, de Siqueira LR, Atié J, Cosenza R. O eletrocardiograma e a síndrome do QT longo. Rev SOCERJ. 2004;17(3):177-82.

Gabriela Wegner é Analista de Marketing e Conteúdo na Neomed. Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), já atuou em agências de comunicação e com comunicação na área da saúde.
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